terça-feira, janeiro 22

terça-feira, janeiro 15

CLÍNICA PSICOPEDAGÓGICA

Epistemologia Convergente


A Psicopedagogia nasceu como uma preocupação empírica pela necessidade de atender crianças com dificuldades de aprendizagem, cujas causas eram estudadas pela medicina e pela psicologia. Com o decorrer do tempo, o que inicialmente foi uma ação subsidiária destas disciplinas, foi se perfilando como um conhecimento independente e complementar, possuidor de um objeto de estudo (o processo de aprendizagem) e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios.
Jorge Visca a encara segundo o que chama de epistemologia convergente, uma conceituação da aprendizagem e suas dificuldades em função da integração - por assimilação recíproca - das contribuições das escolas psicanalíticas, piagetiana, e da psicologia social de Enrique Pichon Rivière. Em virtude dessa conceituação, é possível compreender a participação dos aspectos afetivos, cognoscitivos e do meio, que confluem no aprender do ser humano.
Jorge Visca foi professor de graduação em escolas comuns, o que lhe deu o conhecimento e a vivência da realidade cotidiana da sala de aula,imprescindível para uma compreensão realista dos problemas de aprendizagem da criança. ( Jorge Fasce, in Jorge Visca 1987)
Jorge Visca graduou-se como professor em Ciências da Educação na Universidade de Buenos Aires em 1966, ampliou sua formação graduando-se como Psicólogo social pela Escola Privada de Psicologia Social, fundada por Enrique Pichon Rivière.
Jorge Visca fundou e dirigiu o Centro de Estudos Psicopedagógicos que formou, supervisionou e especializou muitos profissionais em Psicopedagogia.
Fonte:
VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica:epistemologia convergente.(Prólogo). Trad. Ana Lúcia E. dos santos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

segunda-feira, janeiro 14

DICIONÁRIO DE TERMOS USADOS NAS ÁREAS DE PSI

A
Abatimento: estado psicológico marcado pela inibição motora, tristeza, desprazer, melancolia e concentração nos aspectos desagradáveis da vivência e experiência.

Abiência: tendência a diminuir uma atividade em virtude do afastamento do organismo em relação ao estímulo. Termo de origem latina.

Abnegação: conduta voltada ao bem estar dos outros. Altruísmo, desprendimento. Oposto ao egoísmo.

Aborrecimento: experiência desagradável resultante do prolongamento de um trabalho, de uma tarefa desinteressante.

Absorção: grau mais elevado de atenção a uma idéia, pensamento, objeto, fato ou atividade, com abstração em relação a fatos e estímulos externos.

Abstração: absorção num pensamento, com falta de atenção a fatos e objetos do meio exterior.

Absurdo: contradição entre uma dada conclusão e certas verdades conhecidas ou admitidas. Contradição entre o pensamento e a realidade.

Ação automática: movimentos orgânicos que não podem ser atribuídos a um estímulo externo evidente. Reações pouco variáveis ante sucessivas estimulações.

Ação frustrada: reações inúteis numa aprendizagem por ensaio e erro. Reações (comportamento) bloqueadas por obstáculos (meio externo) e/ou por deficiências (barreiras pessoais). Respostas que não permitem atingir o objetivo.

Aceitação: uma experiência , ou comportamento, ou parte de ambos, marcada por uma atitude de aproximação, de acatamento de um juízo ou conceito.

Acesso epileptiforme: ataque ou convulsão, como o que caracteriza a epilepsia, devido a um tumor cerebral ou outra infecção.

Acidental: o que se imagina sem causa, ou que não pode ser ainda explicado cientificamente. O imprevisível e que não depende da intenção da pessoa.

Acinesia: estado ou reação de imobilização.

Acoasma: alucinação auditiva. O paciente ouve sons indefinidos.

Aconsciente: sem consciência. Termo pouco utilizado pelos psicólogos, que preferem empregar o vocábulo inconsciente.

Acrofobia: medo mórbido que o indivíduo sente quando se encontra em lugares altos.

Acusma: tipo de alucinação auditiva com defeito sensorial.

Adaptabilidade: capacidade individual para, de alguma forma, se acomodar, em resposta às estimulações ambientais, mormente às sociais.

Adaptação: acomodação do organismo ao meio em que vive, visando manter os processos vitais. Qualquer mudança num organismo que o torne mais capacitado a conservar sua vida e perpetuar a espécie.

Adaptação negativa: diminuição gradual da reação a um estímulo apresentado de modo repetido ou contínuo. Ocorre quando o organismo, ao reagir a certos estímulos, não tem um resultado útil do ponto de vista biológico.

Adaptação social: modificação do comportamento ou ajustamento do indivíduo, em vista da interação social. Trata-se de uma conduta que de algum modo aceita costumes e tabus de um grupo ou povo.

Adolescência: estágio da vida humana durante o qual o indivíduo atinge sua maturidade sexual. É o período que se inicia por volta dos 13 anos e termina entre 18 e 21 anos.

Adrenalina: uma das catecolaminas produzidas pela medula das adrenais, sendo o principal hormônio adrenérgico circulante. A secretação tanto da adrenalina como da noradrenalina pode ser provocada pela estimulação do hipotálamo. Experimentos de vários cientistas revelaram que a raiva para fora está associada à noradrenalina e a depressão e a ansiedade à adrenalina.

Adulto: indivíduo cujo crescimento já não se processa.

Afanase: termo psicanalítico usado para designar o temor de perder a capacidade para sentir prazer sexual.

Afasia: perda da habilidade para compreender a linguagem oral e articular palavras. É causada por perturbações cerebrais.

Afemia: estado anormal em que o enfermo tem consciência do que pretende dizer mas não consegue articular as palavras devido ao seu estado neurótico. É uma forma de disfemia.

Afeminamento: traços da personalidade feminina no homem.

Afetivo: termo usado para designar qualquer componente emocional ou sentimental de uma reação ou experiência.

Afeto: emoção ou qualidade do sentimento. É o constituinte dinâmico da emoção.

Afirmação de si mesmo: tendência que consiste em insistir em palavras e gestos para se ver notado pelos outros. Também usado para marcar as reações de um indivíduo quando se esforça para evitar a submissão.

Afrasia: perturbação da linguagem. A pessoa pronuncia as palavras mas não pode se comunicar por frases. Pode tanto ser traço de deficiência mental como de estado psicótico. Não deve ser confundida com afasia.

Agitação: estado em geral desagradável, com reações, idéias e impulsos muito fortes. Estado de inquietação e perturbação mental.

Agnosia: incapacidade de reconhecer objetos por meio de alguns dos sentidos, produzida por lesões cerebrais.

Agorafobia: medo mórbido de lugares abertos ou públicos.

Agressão: palavra usada para assinalar reações resultantes de um estado de frustração e caracterizada pela raiva ou hostilidade. Os psicanalistas ortodoxos admitem a agressão como um impulso natural. Também se admitem outras causas, além da frustração.

Agressividade: caracterizada pelo ataque que geralmente surge como resultante de frustrações ocasionadas por obstáculos e deficiências.

Ajustamento: operação de relacionamento do indivíduo com o ambiente. Relações entre o indivíduo e o meio social durante as atividades que visam a satisfação dos seus motivos.

Alegria: sentimento ou emoção agradável, relacionada com experiências imediatas.

Alerta: passagem de um estado de certa passividade a outro ativo.

Alexia: perturbação de ordem cerebral que origina a incapacidade para ler, para compreender a linguagem escrita.

Algesia: capacidade para sentir dor. Contrário à analgesia, incapacidade para sentir dor.

Algesiômetro: instrumento empregado para medir o grau de sensibilidade à dor. Possui uma agulha que é espetada na epiderme.

Algofobia: medo mórbido à dor.

Algolagnia: prazer sexual experimentado quando se provoca ou se sente dor. Ativa = sadismo; passiva = masoquismo.

Alienação: o ato de tornar alheio, de outro.

Alienação mental: qualquer tipo de perturbação mental que impossibilita o sujeito de ter um comportamento social de acordo com os padrões convencionais e com as determinações legais.

Alienista: médico (psiquiatra) especializado na investigação e tratamento das perturbações mentais que caracterizam o alienado mental.

Alma: o termo tem sido usado para designar uma substância específica que atua sobre a atividade psíquica do homem e mesmo de alguns animais. Alguns psicólogos usam o termo para o conjunto de atividades mentais.

Aloerotismo: tendência erótica em relação a outras pessoas. Contrário a autoerotismo.

Alter: o conceito que o indivíduo tem segundo o qual os outros seres são distintos dele. Contrário a ego.

Altruísmo: forma de conduta caracterizada pela consideração e bem estar em relação às outras pessoas. Freqüentemente, o altruísta não se preocupa com seu próprio bem estar.

Alucinação: uma falsa experiência de sensação ou percepção. Não há o estímulo adequado, mas a experiência parece real. Interpretação anormal das próprias percepções.

Alucinose: estado em que o paciente tem alucinações, mas não tem a consciência perturbada ou outros sintomas.

Ambivalência: estado psicológico em que existem vetores em oposição impulsionando a pessoa. Existência de emoções opostas na mesma pessoa em dada experiência.

Ambivertido: tipo de personalidade cujos traços básicos estão entre os extremos - intro e extrovertido (Jung).

Amizade: relação social entre duas pessoas cujas características são: atração, cooperação e carência de interesses sexuais. A amizade pressupõe uma troca de elementos culturais.

Amnésia: perda parcial ou total da capacidade de recordar, quer através do reconhecimento, quer através da evocação.

Amor: sentimento de ligação a uma pessoa ou a outro ser vivo. No caso do amor a pessoas, muitas vezes a atitude de benquerência é acompanhada de desejos sexuais.

Amor platônico: relações sociais entre duas pessoas que se respeitam e se sentem amigas, sem relações, emoções ou sentimentos de caráter sexual.

Amor próprio: respeito e benquerência para consigo mesmo. Difere do amor a si mesmo porque este é um elemento afetivo que aparece unido à atitude egocêntrica ou egoísta.

Amoral: destituído de qualquer relação com o bem ou o mal. Difere de imoral, que é o ato que fere os princípios éticos.

Amusia: incapacidade para reconhecer peças musicais ou reproduzi-las. É devida a perturbações mentais.

Analgesia, analgia, analgestesia: insensibilidade à dor.

Análise: processo de investigação de um complexo, como a experiência, pelo estudo dos elementos constituintes. Contrário a síntese. Em grego, análise = decomposição; síntese = união, composição. Em latim, indução e dedução.

Analogia, lei da: lei segundo a qual o indivíduo tende a reagir perante uma situação nova da mesma forma que reage ante situações semelhantes, ou que tenha alguns elementos semelhantes, e não idênticos, evidentemente.

Andrógenos: hormônios sexuais masculinos.

Anestesia: perda total ou parcial da sensibilidade por causas diversas, como por exemplo: ministração de drogas (anestesia cirúrgica).

Anfetamina: é um estimulante forte que leva o paciente a uma forte dependência psicológica, embora não exista nenhuma dependência fisiológica. Efeitos: comportamento anti-social e transtornos mentais. Entre suas derivadas, temos a droga metilena dioxianfetamina.

Angústia: reação do ego ante o perigo. Conjunto de apreensões, dúvidas e medos vagos.

Anedonia: ausência de prazer e desprazer durante as experiências que normalmente se caracterizam por seu tom afetivo.

Anima: substrato da personalidade. O arquétipo feminino no homem é chamado anima, por Jung. O arquétipo masculino na mulher, animus. Esses arquétipos, embora possam ser condicionados pelos cromossomos e gônadas, decorrem das experiências raciais do homem com a mulher e vice versa. Os arquétipos são os elementos componentes do inconsciente coletivo, para Jung. O arquétipo é uma idéia, um pensamento, uma forma de pensar carregada de tons afetivos.

Animismo: em psicologia, geralmente se emprega para designar a teoria que admite a presença de alma em todos os seres, animados e inanimados.

Anomia: dificuldade para recordar nomes de coisas.

Anormal, fixação: uma resposta estereotipada anormal que aparece como conseqüência de um conflito. Em psicanálise, uma aderência anormal da libido a algum estágio particular do desenvolvimento psicossexual.

Ansiedade: estado de apreensão, de preocupação, uma espécie de medo vago, embora o objeto ou fato que a provoque seja menos específico do que aquele responsável pelo medo.

Ansiedade histérica: neurose com fobias e reações orgânicas comuns à emoção de medo.

Ansiedade, reação de: forma de reação neurótica, com tensão, palpitação, náuseas, tremor e atividade mais intensa das glândulas sudoríparas.

Antecipação: estar preparado para reagir a estímulos ou situações iminentes.

Antipatia: atitude aversiva em relação a uma ou a várias pessoas.

Apatia: estado em que a pessoa não revela emoções ou sentimentos ante situações que deveriam suscitar tais reações afetivas.

Apoplexia: súbita perda de consciência e do controle muscular devido a uma trombose ou a uma hemorragia cerebral.

Apraxia: perda da capacidade para planejar , executar movimentos e manipular objetos. É uma perturbação cerebral.

Aprendizagem: processo através do qual se adquire a capacidade de responder adequadamente a uma situação que pode ou não ter sido encontrada anteriormente. Processo de "ver" por dentro (insight) uma situação. Mudança de comportamento em virtude de experiências passadas. Aumento na força de uma reação como produto da prática reforçada. Mudança relativamente permanente na potencialidade de uma resposta, que ocorre como resultado da prática reforçada.

Aprosexia: incapacidade para atentar. O indivíduo não consegue manter fixa a sua atenção.

Aptidão: capacidade para aprender, para adquirir habilidades ou conhecimentos.

Ascetismo: teoria que determina uma renúncia aos prazeres de ordem material e uma rígida disciplina moral.

Asemasia, asemia: estado patológico em que a pessoa não tem mais capacidade para compreender ou usar a linguagem. Compreende a afasia, a agrafia e a alexia.

Assimilação: tipo de associação simultânea de elementos de experiência imediata ou de idéias.

Associação: estabelecimento de relações funcionais entre estados e atividades psicológicas durante a experiência do indivíduo. Conexões que ocorrem durante o processo do pensamento. Ligação entre um estímulo e uma resposta no condicionamento, ou entre um estímulo condicional e um incondicional.

Associação livre: associação de idéias sem plano definido. Na associação livre uma idéia sempre puxa outra. Difere do raciocínio porque ele é caracterizado pela busca de solução a um problema.
Associacionismo: teoria que dá ênfase à associação de elementos e procura explicar os processos psicológicos complexos pela associação dos seus elementos constituintes.

Astrofobia: medo mórbido de raios e trovões.

Ataque: perturbação súbita e transitória, marcada pela perda de consciência ou de coordenação motora. Pode ser usado para assinalar uma sucessão de convulsões.

Atenção: variável interveniente, inferida pela postura da pessoa, que consiste na acomodação do equipamento sensorial a um ou mais estímulos visando a excitação ótima.

Atípico: que não se enquadra num tipo, numa classe ou categoria.

Atitude: uma tendência para responder positiva ou negativamente a certas pessoas, objetos ou situações. Disposição a favor ou contra.

Atividade: termo em geral que engloba irritabilidade, exploração e todos os tipos de respostas aos estímulos ambientais.

Ativo: caracteriza o estado de atividade. Termo também usado para distinguir o indivíduo que, por qualquer emergência de um obstáculo, reforça a ação dispendida por si mesmo, visando superá-lo.

Ato falhado: em psicanálise, interferência num ato intencional de outro acidental produzido por desejos inconscientes.

Ato impulsivo: reação instantânea e sem reflexão.

Aura: fenômeno sensorial subjetivo que assinala o início de um ataque nervoso, como o epiléptico.

Auto determinação: orientação da própria conduta por iniciativa pessoal. Difere da determinação por forças ambientais.

Auto erotismo: atividade sexual auto-originada, como a masturbação, que é comum na vida infantil.

Automatismo: realização de atos mais ou menos complexos sem a orientação consciente do próprio sujeito.

Autonomia: a direção da própria conduta.

Aversão: acentuada atitude de desprazer e repulsão (ou evitação) em relação a objetos, pessoas ou atos dessas pessoas.

B
Barreira: qualquer fator que limita a atividade da pessoa, dificultando-a ou impedindo-a de reduzir seus impulsos. O que impede de atingir um objetivo. Geralmente, barreira do meio externo é chamada obstáculo e a subjetiva, deficiência.

Batofobia: medo mórbido às profundidades.

Behavior, behaviour: conduta, comportamento.

Behaviorismo: psicologia comportamentalista. Doutrina psicológica que surgiu com Watson, o qual colocou o comportamento (reações observáveis) no lugar da consciência, como objeto da psicologia. Por questões metodológicas, dizia Watson, a consciência não pode ser objeto da psicologia, que deve ser uma ciência objetiva. O método introspectivo foi descartado e foi dada maior importância aos fatores ambientais que aos hereditários.

Bem dotado: pessoa com Q.I. superior a 110. O que teve um desenvolvimento intelectual superior ao estabelecido para a maior parte das pessoas.

Bilioso: tipo de temperamento. O indivíduo apresenta como traços morfológicos a magreza e a cor amarelada; as suas reações se caracterizam pelo azedume e pessimismo.

Biopsiquismo: diz respeito aos fenômenos psíquicos em sua relação com o organismo.

Bio-social: refere-se a relações sociais condicionadas por fatores biológicos, naturais.

Biotipologia: estudo dos tipos humanos fundamentados, sobretudo, na morfologia e na fisiologia. Por exemplo: tipos de Sheldon, Kretschmer e Pavlov.

Bi-sexualidade: existência numa pessoa de características físicas e psíquicas de ambos os sexos.

Bócio exoftálmico: enfermidade caracterizada pela proeminência dos glóbulos oculares, dilatação da tireóide, tremores musculares e aceleração cardíaca, acompanhada de transtornos mentais mais ou menos sérios. Sinônimo: doença de Basedow.

Bradiartria, bradilalia, bradiglosia: perturbação na fala devido a lesões cerebrais. A articulação tem uma lentidão anormal. Uma das formas de disartria. Difere da bradologia porque esta anomalia não existem lesões comprovadas.

Bulimia: fome exagerada. Oposto a anorexia.

C
Cadeia de reflexos: conjunto de reflexos em sucessão.

Caixa de Skinner: uma caixa onde se encontram uma barra, que será pressionada pelo animal, e um orifício, por onde se escoa o incentivo, que reforçará o comportamento operante. Com base nesse modelo, foram feitas outras caixas mais complexas. Usada para estudo da aprendizagem instrumental e do comportamento operante.

Caixa problema: caixa com um ou mais ferrolhos que o homem ou um animal tem que abrir para obter liberdade ou o alimento. Experimentos desse tipo é que permitiram a Thorndike elaborar a lei do efeito.

Calma: sentimento de relaxamento, de repouso, de excitação mínima.

Campo psicológico: conjunto de fatos interdependentes, quer sejam de natureza física ou social. O comportamento é função do campo que existe quando ele ocorre.

Capacidade: termo geral que se refere ao potencial para a aquisição de uma habilidade ou ao potencial de uma já adquirida. Conhecimento ou habilidade demonstrável. Capacidade inclui aptidão e realização.

Caracterologia: ramo da psicologia que estuda o caráter e os tipos caracterológicos.

Caráter: conjunto de disposições congênitas que formam o esqueleto mental de um homem. Traços da personalidade com sentido ético ou social. Por exemplo: honestidade, dignidade, lealdade.

Caráter sexual: qualquer característica individual que diferencia os sexos. Primários são os relacionados com as funções reprodutoras e secundários os que diferenciam os sexos mas não interferem diretamente nas funções de reprodução.

Caso, história do: estudo de casos individuais que oferece dados para generalizações. Procura-se reunir todos os elementos possíveis sobre o desenvolvimento individual da pessoa e sua conduta. O mesmo que método do caso ou método clínico.

Castigo: um incentivo negativo, que produz dor ou evitação.

Catalepsia: estado de retenção involuntária da postura, dos membros ou outros órgãos do corpo. Observação especialmente na histeria, esquizofrenia catatônica e estados hipnóticos. O fenômeno pode ser provocado com a aplicação de uma injeção subcutânea de um certo agente tóxico, a bulbo-capnina.

Cataplexia: estado de medo, ou de choque, em que o animal fica imóvel. Isto ocorre quando o mesmo é mantido na mesma posição durante algum tempo. Alguns autores a consideram análoga à catalepsia humana resultante da sugestão hipnótica. Difere da catalepsia por ser uma forma de defesa do animal.

Catarse: termo grego usado assinalar o alívio de uma excitação anormal, restabelecendo-se a relação entre a emoção e o objeto que a excitou originalmente. Técnica usada por Breuer e Freud no início da psicanálise. Sinônimo: abreação.

Catatimia: crise caracterizada por perturbações sensíveis do humor.

Catatonia: estado de rigidez muscular que acompanha certo caso de esquizofrenia, a catatônica. O enfermo fica numa posição fixa por minutos ou horas seguidas (catalepsia). Também são sinais catatônicos o negativismo e o bloqueio.

Catexia: canalização da energia psíquica para uma idéia, objeto ou ação que gratificará o instinto. A catexia refere-se à capacidade que tem o objeto do meio para atrair ou repelir o indivíduo.

Causa: aquilo que faz com que uma coisa exista. Contrário a efeito.

Causalidade: relação de coexistência e sucessão entre fenômenos.

Cefalagia: dor de cabeça. Enxaqueca.

Cenestesia: sensibilidade orgânica interna. Conjunto de impressões provenientes dos órgãos, como sensação de bem estar, de languidez etc.

Censura: mecanismo inibitório desenvolvido entre o inconsciente e o subconsciente e também entre o inconsciente e a consciência. A força que provoca a censura é igual à repressão. Cabe a esse mecanismo evitar que as lembranças, pensamentos e desejo deixem o subconsciente.

Ciclóide: tipo de Kretschmer que apresenta alterações temperamentais mais constantes que o esquizóide. Mais sociável, expansivo, realista, prático e benevolente. Corresponde ao tipo extrovertido, de Jung.

Ciência: sistema organizado de conhecimentos certos sobre determinado objeto.

Ciúme: emoção ou sentimento marcado pela inveja dirigida a outra pessoa por sua relação com uma terceira.

Clastomania: tendência incontrolável (patológica) para destruir objetos.

Claustrofobia: medo mórbido de lugares fechados.

Claustromania: tendência mórbida para fechar-se em si mesmo, como aparece no personagem Biêlikov, do conto "O Homem no Estojo", de Antón Pavlovitch Tchekhov.

Cleptomania: impulso irresistível para roubar objetos, geralmente sem utilidade ou desnecessários.

Clínico, método: método de obter dados através das informações da pessoa (paciente) que busca o psicólogo ou o médico para ter assistência. Veja caso, a história do.

Clique: pequeno grupo social que reluta em aceitar novos integrantes, demonstrando certo esnobismo.

Coerência: caráter de uma teoria que implica em falta de contradição.

Cognitiva, teoria: teoria que realça a atividade cognitiva na aprendizagem. Esta consiste na aquisição de fragmentos de conhecimentos sobre o mundo.

Cognoscitivo: relativo aos processos de conhecimento.

Coito: relação sexual, copulação sexual.

Colérico: tipo de caráter emotivo, ativo e primário.

Coma: estado de profunda sonolência, com perda da capacidade para perceber e pensar.

Compensação: mecanismo de ajustamento estudado por Adler. A pessoa desenvolve certas potencialidades para suprir deficiências.

Complexo: uma atitude acompanhada por excessiva emoção, freqüentemente causando respostas neuróticas. Conjunto de idéias com forte carga emotiva que foram recalcadas no inconsciente em tenra idade e que agem sobre a conduta da pessoa.

Complexo de castração: idéias inconscientes, com forte carga emotiva, recalcadas em tenra idade, quando o menino tinha medo de ser castrado pelo pai e a menina se sentia inferiorizada por não ter os órgãos sexuais como os do menino.

Complexo de Édipo: atração da criança pelo pai (a menina) ou pela mãe (o menino), que ocorre por volta de 3 a 5 anos, período em que a criança tem consciência do seu lugar no seio da família. Dos 5 aos 6 anos, ela se identifica com o pai ou com a mãe.

Complexo de Electra: eqüivale ao complexo de Édipo, pelo lado da menina. Expressão em desuso.

Comportamento: as ações observáveis do homem e do animal. O conjunto de reações do organismo, reações musculares e glandulares. Ou, ainda, o conjunto de atividades de conhecimento, afetivas e motoras de um organismo.

Compulsão: impulso incontrolável para agir de modo irracional. Enquanto obsessão diz respeito à idéia fixa irracional, compulsão refere-se ao ato constantemente repetido.

Conceito: as propriedades ou relações comuns a uma classe de idéias ou objetos. Os conceitos podem ser coisas concretas ou abstratas, como por exemplo, justiça, caridade, igualdade, amor etc.

Condicionada, resposta: um estímulo ambiental que depois de associado ao incondicional produz a mesma resposta deste.

Condicionamento: processo de treinamento que produz a resposta condicionada. O estímulo condicional é associado ao incondicional e, depois de algumas repetições, o indivíduo reage ao condicional como se reagisse ao incondicional.

Condicionamento clássico: o condicionamento de tipo pavloviano. Consiste em repetir a apresentação do estímulo condicional (som, por exemplo) seguido do incondicional (alimento, por exemplo) numa relação controlada, até que surjam alterações nas tendências reativas com respeito ao estímulo condicional, que não faria surgirem respostas se não houvesse sido estabelecida essa relação com o incondicional. Para Skinner = condicionamento do tipo respondente.

Condicionamento instrumental: o condicionamento clássico é um processo de associação por contigüidade, enquanto o instrumental está sob o controle da lei de efeito. O clássico é aquele em que existem principalmente respostas do sistema nervoso autônomo (reflexos como o salivar, o palpebral etc), enquanto no instrumental as principais respostas existem através do equipamento muscular estriado. Este método de treinamento foi iniciado por Bechterev e Thorndike. Para Skinner = condicionamento do tipo operante.

Conexionismo: sistema de Thorndike, que postula ser a aprendizagem resultante de conexões nervosas estabelecidas entre impressões sensoriais e impulsos para a ação. Também como aprendizagem por ensaio e erro (trial and error learning). À forma mais característica de aprendizagem, Thorndike chamou de aprendizagem por seleção e conexão.

Conflito: estado resultante da oposição de motivos, e caracterizado pela ansiedade. As tensões podem ser agradáveis ou não. A presença simultânea de desejos, impulsos ou tendências opostas ou mutuamente exclusivas.

Conotação: que tem relação. Conotativo é o que indica ao mesmo tempo a idéia principal e a secundária.

Consciência: um reconhecimento pessoal de padrões de certo e errado, pelos quais o indivíduo julga sua própria conduta. Processos conscientes são idéias, lembranças, sentimentos, sonhos etc., dos quais só o próprio sujeito tem ciência. Os outros têm acesso a esse mundo através da comunicação do ser consciente, ou pela inferência de outro comportamento. Sinônimo: experiência.

Consumatório, comportamento: o comportamento que satisfaz algum motivo. Envolve a consumação somente parte do tempo, como na alimentação.

Contigüidade, teoria da: a hipótese, segundo a qual para ocorrer a aprendizagem são necessários somente dois estímulos (condicionado e incondicionado), ou um estímulo e uma resposta ocorrendo justamente no tempo. Contrasta com a lei do efeito e com a teoria da expectância.

Conversão: é um tipo de expressão simbólica, que usa manifestações somáticas para representar não apenas desejos e emoções inconscientes, como também defesas contra a realização dos mesmos. A reação conversiva é um tipo de reação neurótica em que os sistemas são paralisias de lábios, perda de sensibilidade em várias partes do corpo e às vezes até perda da visão. "A presunção é que a ansiedade se converteu em sintoma palpável" (Hilgard).

Cretinismo: uma enfermidade causada por deficiência da tireóide e marcada por retardo físico e mental.

Curva da aprendizagem: curva que mostra o tempo gasto e o progresso na aquisição de uma habilidade.

D
DDD, síndrome: dependency (dependência), debility (debilidade) e dread (temor). Três fatores de controle do pensamento ou "lavagem cerebral".

Débil mental: indivíduo com Q.I entre 50 e 70. Moron, em inglês.

Debilidade mental: o menor grau de deficiência mental. Os que, quando adultos, têm uma idade mental que vai dos 8 aos 12 anos, são chamados débeis.

Dedutivo: método de raciocínio ou investigação que parte do conjunto para os elementos constituintes.

Deficiência: carência de alguma coisa ou falta de condições para adaptação.

Definição: o ato ou processo de explicar o significado de alguma coisa.

Degeneração: processo involutivo através do qual o órgão, tecido, organismo ou espécie vai perdendo aquelas características adquiridas em seu processo de desenvolvimento. Sinônimo: involução.

Degeneração mental: perda progressiva das funções mentais.

Delírio: estado de perturbação mental caracterizado por um raciocínio que não corresponde à realidade. E por mais que procuremos mostrar ao psicótico que esse raciocínio é absurdo, ele não crê em nós. Há vários tipos de delírios, como de perseguição, de envenenamento, de grandeza, de prejuízo, de auto acusação etc.

Delirium tremens: tipo de delírio que aparece em estado adiantado de intoxicação alcoólica. O enfermo tem alucinações, apreensões, tremores e até convulsões.

Demência: perturbação duradoura do pensamento e da memória como decorrência de processos degenerativos no córtex cerebral.

Demofobia: medo mórbido às multidões.

Demonomania: ilusão persistente que o neurótico tem de se encontrar sob domínio do demônio ou de um espírito maligno.

Dependência: condição de uma pessoa que recebe ajuda ou se encontra sob controle de outra. O termo também é usado para designar a condição, no mais das vezes psicológica, do toxicômano.

Dependente, variável: algum aspecto do comportamento que o psicólogo tenta predizer ou controlar.

Depressão: estado emotivo desagradável e apatia. A pessoas normais se reserva o termo abatimento. Depressão é usado para casos patológicos caracterizados por desespero, desesperança e sentimento de incapacidade.

Depressiva, reação: uma forma de psicose marcada pelo sentimento de inferioridade e infelicidade.

Desejo: experiência em que o indivíduo sente a falta de algo e cujo sentimento é acompanhado da idéia de obtenção desse algo; ou algo presente e a idéia de sua supressão. Em ambos os casos, a experiência, ou atitude, é marcada por um forte tonus afetivo.

Desejo onírico: representação da satisfação de um desejo durante o sonho.

Desejo reprimido: desejo individual inibido por forças repressoras do subconsciente e do superego.

Desenvolvimento: mudanças contínuas num organismo até atingir a maturidade. O desenvolvimento engloba mudanças estruturais e funcionais de órgãos e organismos.

Deslocamento: mecanismo de ajustamento do ego para se livrar da ansiedade. A ansiedade é convergida para alguma coisa que não é causa real do estado. Também é usado o termo para designar a agressividade dirigida a uma pessoa ou objeto que não é a causa da raiva.

Despersonalização: processo de desintegração do self, em que a pessoa vai perdendo a consciência de si e da realidade.

Determinismo: teoria que admite serem os fenômenos conseqüências necessárias de condições antecedentes. A psicanálise, por exemplo, é uma doutrina determinista: os fenômenos psíquicos não são acontecimentos isolados ou independentes; eles se acham determinados por fatores inconscientes, como os complexos.

Detour: o contorno que a pessoa, ou animal, faz a uma barreira, a fim de atingir o incentivo. Este comportamento emerge como produto de insight.

Dialética: método de abordagem dos fatos que tem como princípios:
1) os fenômenos naturais são interdependentes e se condicionam reciprocamente.
2) a natureza não existe em repouso, em estado de imobilidade, mas sim de mudanças contínuas, onde sempre algo nasce e se desenvolve, algo se desagrega e desaparece.
3) as mudanças quantitativas geram mudanças qualitativas; as mudanças qualitativas são súbitas, operando por saltos. 4) os fenômenos e os objetos se caracterizam pela contradição, um lado positivo e um negativo, um passado e um futuro, um aspecto novo e um velho etc.

Dicotomia: divisão em dois ramos. Separação de elementos em duas classes tendo algo diferenciar uma das outras.

Diferencial, reforçamento: reforçamento da resposta a um estímulo e não a outro. O corolário desse tipo de reforçamento é a discriminação.

Dinamismo: o uso mais comum do termo é para assinalar as bases do comportamento como os motivos. Forma relativamente constante de transformações de energia e que, periodicamente, caracteriza o organismo como ser vivo. A menor unidade que pode ser empregada no estudo da pessoa.

Dipsomania: desejo irresistível de ingerir bebidas alcoólicas. É uma tendência patológica, que se apresenta mais freqüentemente no indivíduo ciclotímico. Muitas vezes o desejo acompanha de euforia ou de depressão.

Disciplina:
1) treinamento com regras e exercícios específicos.
2) controle do comportamento através de incentivos positivos e negativos (recompensas e castigos).
3) programa que visa adaptar a criança à vida social.
4) conjunto de matérias de um determinado ramo do conhecimento humano, que devem ser transmitidas aos estudantes, como por exemplo, química no colegial.

Disciplina formal: teoria que admite serem algumas disciplinas indispensáveis na aquisição de conhecimentos, normas de conduta e valores transferíveis a outros estudos, treinos e atividades práticas. Os escolásticos achavam que o estudo da lógica e da matemática levava o estudante a pensar melhor em qualquer situação.

Discriminação: a resposta diferencial do organismo a diferentes estímulos. Produzida pelo reforçamento de umas (e não de outras) respostas.

Disfasia: qualquer deficiência na fala como decorrência apenas de lesões cerebrais.

Disfemia: transtorno de linguagem devido à neurose.

Dislogia: qualquer deficiência da linguagem devida a desordens mentais.

Dissociativa, reação: reação neurótica que consiste na separação da personalidade em duas ou mais partes.

Distal, estímulo: o estímulo definido em termos de objetos ambientais. Contrário a estímulo proximal.

Distração: desvio da atenção em virtude de um estímulo estranho.

Dogma: princípio ou norma estabelecida por autoridades, que nem sempre está alicerçada em provas.

Dogmático: a pessoa que impõe normas ou idéias pela autoridade, não expondo provas nem aceitando seriamente objeções de outras.

Drive: uma condição fisiológica que impele o organismo a ter uma atividade. Distingue-se de motivo por ser inicialmente indiscriminado, sem uma apropriada direção. Em português: impulso.

Drive-estímulo, teoria da redução do: teoria do esforço para a qual este é devido à redução da intensidade de estímulos desagradáveis.

Drive-redução, teoria: teoria que admite como indispensável para a resposta ser aprendida, que haja satisfação ou alívio de um impulso.

E
Ecolalia: repetição automática de palavras ou frases que foram ditas anteriormente ao enfermo. Característica dos estados catatônicos.

Educação: o conjunto de todos os meios que visam guiar o desenvolvimento social de crianças e adolescentes. "Desenvolvimento de capacidades, atitudes e/ou formas de conduta e aquisição de conhecimento, como resultado do treino ou do ensino". Educar é dirigir o processo da aprendizagem. Em latim, duco, is, uxi, uctum = guiar, dirigir, conduzir, levar, formar.

EEG - eletroencefalograma: a gravação das ondas cerebrais através de captadores (eletrodos) e amplificador. O EEG é utilizado para estudo de algumas formas de distúrbio mental e investigação das funções cerebrais.

Efeito, lei do: lei básica do sistema explicativo da aprendizagem de Thorndike. A recompensa de uma resposta é indispensável para a aprendizagem. A recompensa reforça a resposta que levou ao incentivo.

Ego: é uma parte do id modificada pelas influências ambientais, sobretudo pela educação. Ele se guia pelo princípio da realidade e procura através de vários mecanismos satisfazer os impulsos do id. É a parte consciente da personalidade.

Ego ideal: a personalidade que o indivíduo tenta imitar. É identificação positiva.

Egoísmo: apego a si mesmo. Uma característica comum ao adulto introvertido, mas que aparece na criança de 2,5 a 6 anos pela sua incapacidade de distinguir a realidade subjetiva da objetiva.

Egotismo: tendência da pessoa para supervalorizar as suas qualidades ou ações. Sinônimo: amor a si mesmo.

Eidético: termo usado para designar os fatos psíquicos que estão relacionados (ou dependem) com a capacidade para formar claras imagens projetadas. O indivíduo eidético é o que tem a capacidade para projetar imagens extraordinariamente vivas.

Elação: estado de excitação emocional com euforia e aumento da atividade motora.

Elementarismo: sistema psicológico que descreve o psiquismo como uma associação de elementos: sensações-percepções-idéias, etc. os sistemas de Wundt e Titchener (estruturalismo) eram elementaristas.

Eletrochoque: a terapia eletroconvulsiva é uma forma de tratamento de doentes mentais que consiste em fazer passar pela cabeça do enfermo descargas elétricas, as quais produzem perda de consciência e convulsões. Objetivo: aliviar a depressão e outros sintomas psicóticos.

Embotamento: estado que se caracteriza pela ausência de reações a estímulos de intensidade normal. O termo é mais usado para designar a condição das funções intelectuais não desenvolvidas sobretudo por falta de estimulação externa.

Emergência, reação de: o aspecto fisiológico que acompanha o estado emocional intenso e entendido por Cannon e outros como um meio de preparação do organismo para enfrentar as emergências.

Emoção: um estado afetivo que se caracteriza por forte sentimento de prazer ou desprazer, uma reação motora geralmente intensa e que adquire propriedades motivacionais.

Empatia: estado mental em que uma pessoa se identifica com outra ou se sente na mesma condição psicológica. Um tipo de projeção.

Empírico: o que está fundamentado em experiências, pesquisas e fatos provados, distinguindo-se do que é afirmado por raciocínio, argumento ou opinião.

Empirismo: teoria que admite ser todo conhecimento nascido de experiências da pessoa. A validade empírica é a que está baseada em observações.

Encadeamento: uma resposta pode reproduzir ou alterar algumas das variáveis que controlam outra resposta. O resultado é uma 'cadeia'. No processo de condicionamento as respostas podem atuar como estímulos para novas respostas. Esse é o processo a que chamamos encadeamento.

Enteléquia: segundo Aristóteles, atividade de auto-realização. Atividade autônoma, que difere da natural e da puramente mecânica.

Ensaio e erro: termo usado para designar as reações exploratórias numa situação nova, quando o organismo procura se ajustar. Ele apresenta múltiplas formas e as vai selecionando. Contrasta com o comportamento planejado.

Enurese: descarga involuntária da urina, geralmente durante o sono. Pode ser atribuída à falta de maturação de áreas motoras do córtex responsáveis pelo controle ou a relaxamento nervoso para compensar freqüentes estados de tensão durante o dia.

Epilepsia: transtorno nervoso caracterizado por convulsões e perda de consciência. Podemos distinguir dois tipos de síndromas, o grand e o petit mal. No primeiro tipo, há perda de consciência, contrações musculares, enrijecimento muscular, queda e muitas vezes mordida da língua e micção. O paciente fica com a boca espumada, o que levará os antigos a pensarem ser a espuma um veículo transmissor da doença. Ao despertar, o epiléptico não se lembra do que lhe aconteceu. Já no petit mal, as manifestações são qualitativamente diferentes: perda fugaz da consciência, ou crises como mioclonias (contrações súbitas, involuntárias e repetidas, como o piscar de olhos), ou, ainda crises acinéticas astáticas por exemplo, a pessoa cai e logo se levanta sem perceber que teve uma perturbação mental e somática). As manifestações clínicas da epilepsia são manifestações de descargas neuronais, anormalmente polarizadas em conseqüência de um fator patológico (células mórbidas, com metabolismo mórbido, muitas vezes na vizinhança de um processo patológico no cérebro, com distúrbios da química intracelular). Embora durante anos se tenha considerado a epilepsia como doença hereditária, hoje se sabe que apenas um grupo de manifestações assim o são. Boa parte delas são devidas a doenças prolongadas na infância, partos difíceis etc.

Epinefrina: autacóide da medula das supra-renais cujos produtos principais são a adrenalina e a adrenina. Em grego, nefros = rim.

Erógeno: que tem a propriedade de provocar sensações eróticas.

Erotismo: termo que designa o desejo de excitação sexual ou a própria excitação de zonas erógenas.

Erotomania: desejo patológico de fortes sensações e emoções de caráter sexual, ou exagero da conduta sexual. Pelo lado feminino, reserva-se o termo ninfomania e para o masculino, satiríase ou priapismo.

Erro de generosidade: observação e avaliação errada dos traços de uma personalidade por generosidade, em virtude das ligações afetivas entre observador e examinando.

Espírito: organização psíquica do homem considerada como entidade distinta do corpo. Entidade desencarnada que atua sobre o psiquismo do indivíduo. O termo espírito não é de uso corrente na psicologia de nossos dias. Ele é usado na linguagem religiosa, filosófica e metapsíquica (parapsicologia).

Esquecimento: perda parcial ou total do material retido. Oposto a retenção. O esquecimento pode ser explicado pela falta de prática (exercício) e pela inibição retroativa (novas aprendizagens debilitam o material retido em aprendizagem anteriores).

Esquema: fórmula, modelo, esboço, plano. O esquema é uma representação psicológica simplificada entre a imagem concreta e o conceito abstrato. Aquilo que numa ação pode ser transposto nas mesmas situações ou generalizando para situações análogas.

Esquizofrenia: literalmente, uma divisão da mente ou da personalidade. É um tipo de psicose caracterizada por fantasias, regressão, alucinações, ilusões e, geralmente, perda de contato com os outros. Há 4 variedades: simples, hebefrênica, paranóide e catatônica. O termo demência precoce surgiu com Morel, psiquiatra francês, em 1860. Ele o usou para descrever condição mental de um adolescente de 14 anos que apresentava sensível deterioração mental e perda de memória. Em 1896, Kraepelin retomou esse termo para com ele designar um grupo de sintomas de uma doença mental. Bleuler mostrou depois que a demência precoce não começava necessariamente na puberdade nem terminava em demência; propôs o termo esquizofrenia, para assinalar uma divisão da vida mental, aceitando a descrição dos sintomas feita por Kraepelin como indiscutível: desordens específicas no pensamento e na emoção e desorganização do sistema reativo responsável pelo relacionamento com o mundo objetivo. Algumas teorias têm sido apresentadas para explicar as causas dessa enfermidade. Franz J. Kallman (1946) defendeu uma teoria genética. Obtendo dados de inúmeros casos, sobretudo de gêmeos, mostrou ele que certos distúrbios da personalidade eram influenciados por fatores genéticos específicos, provavelmente recessivos. A escola pavloviana concluiu ser a esquizofrenia um processo cuja base é uma difusa inibição protetora do cérebro. Para as células nervosas debilitadas dos esquizofrênicos, os estímulos correntes se convertem em supra-intensos, o que conduz ao estabelecimento da inibição protetora. Esta começa a se desenvolver no córtex e pode, logo, descer à zona do tronco do encéfalo...Ao se verificar a inibição do córtex, se observa uma excitação catatônica. As áreas subcorticais escapam do controle córtex. Popov observou que a cafeína (excitante) exerce uma ação calmante. O exame microscópico do cérebro mostra a presença de alterações degenerativas dos neurônios, neuroglias e fibras. Também se observa, no início da enfermidade , alterações circulatórias. Embora se admita que a esquizofrenia seja resultante de intoxicação que afeta o metabolismo das células nervosas, até hoje não se tem uma idéia precisa do processo em seu início. Estudos continuam sendo feitos, sobretudo com o emprego de drogas, como a clorpromazina, a reserpina e o frenquel, sendo esta última a mais utilizada, porque não provoca queda de pressão sangüínea, tremores e outros distúrbios orgânicos.

Esquizóide: tipo de personalidade introvertida, não sociável, voltada à fantasia. O termo esquizóide indica que indivíduos com essas características, quando enfermos mentais, são esquizofrênicos.

Esquizotimia: manifestações de traços esquizóides dentro dos limites normais.

Estático: refere-se à estrutura psíquica ou a uma fase da organização psíquica. Contrário a dinâmico, que diz respeito a causas e efeitos da conduta, principalmente à sua motivação.

Estigma: qualquer traço natural de uma pessoa que é considerado como sinal de degeneração. Sinais, como feridas, que se supõe surgirem nos corpos de certos santos.

Estímulo: energia ambiental que excita os receptores. Objeto, fato, situação ou um aspecto do objeto, do fato ou da situação que atua sobre o organismo alterando sua atividade. Os estímulos podem ser físicos e sociais, internos e externos.

Estupor: inibição motora, como imobilidade de partes do corpo e mutismo. Presente na melancolia e na esquizofrenia catatônica.

Ética: estudo do comportamento humano pelos seus valores morais.

Etiologia: estudo dos fatores causais na doença. Em grego, aitia = causa.

Etologia: ramo da zoologia que se ocupa do comportamento dos animais. Neste sentido, relaciona-se com a Psicologia.

Euforia: sentimento de bem estar físico. Pode designar um estado mental patológico caracterizado por ilusões de bem estar e otimismo.

Excitabilidade: propriedade do organismo vivo pelo qual ele pode reagir à estimulação.

Exibicionismo: desvio do comportamento sexual. O indivíduo encontra prazer em mostrar continuamente seus orgãos sexuais a outras pessoas. Há também o exibicionismo verbal, em que ele busca chamar a atenção dos outros falando muito sobre órgãos genitais.

Exogamia: costume predominante em certas tribos segundo o qual seus membros devem se casar com indivíduos de outras tribos. Contrário a endogamia.

Expectância, teoria da: um dos aspectos do sistema explicativo da aprendizagem de Tolman. O aprendiz desenvolve a habilidade para esperar um estímulo significativo quando aparece outro, que serve como sinal.

Experiência: estado consciente ou fenômeno mental, talvez um sentimento, experimentado pela pessoa como parte de sua vida interior. Integração de fenômenos psíquicos em dado momento ou período. A totalidade de fenômenos psíquicos que ocorrem em dado momento. Algo vivido, sentido.

Experimento: método de investigação no qual o psicólogo manipula variáveis sob condições controladas e observa o efeito dessa manipulação sobre o comportamento.

Exploratório, comportamento: comportamento que resulta da curiosidade (motivo) e consiste em investigar o ambiente.

Êxtase: suspensão das funções psíquicas para contemplação de algumas idéias, como se observa nos religiosos místicos. Alegria excessiva.

Externo, estímulo: um estímulo que é exterior ao sistema nervoso. Estímulo ambiental.

Extinção: o procedimento que consiste em eliciar várias vezes uma resposta condicionada sem reforçá-la; também se usa o termo para o resultado desse procedimento. A extinção pode se dar por falta de reforço (o estímulo incondicional do ambiente, no caso do condicionamento de primeira ordem) e pela aquisição de respostas novas reforçadas mais vezes.

Extrínsica, motivação: o controle motivacional da conduta através de recompensas e castigos externos como, por exemplo, trabalhar para ganhar um prêmio mais que ter satisfação no trabalho.

Extrovertido: tipo psicológico de Jung. É a personalidade orientada para "fora". O extrovertido deseja estimulação ambiental, é prático, sociável e pouco preocupado com seu mundo interior. Alguns tomam a extroversão como um dos muitos traços de uma personalidade. Veja introvertido.

F
Faculdade: termo utilizado na psicologia clássica para designar uma função psíquica. As faculdades eram as propriedades da alma e, portanto, causa dos fatos psíquicos. (Aristóteles, Tomás de Aquino).

Faculdades, psicologia das: uma teoria psicológica pré-experimental que descrevia a mente humana como um conjunto de faculdades, de forças, de poderes isolados uns dos outros, como raciocínio, imaginação, linguagem, vontade etc...

Falácia: engano no raciocínio ou na argumentação por intenção do próprio ser pensante.

Fanático: o que tem exagerado apego a uma teoria, doutrina ou idéia. Comumente o fanatismo está relacionado com o dogmatismo.

Fantasia: processo de associação livre que não sofre interferência da estimulação externa. Imaginação, devaneio, sonhar acordado (daydreaming). A fantasia é um dos mecanismos de defesa do ego; portanto, aparece com freqüência nos estados de frustração. A fantasia é explorada pelas técnicas projetivas, como o T.A.T.

Fase: qualquer uma das divisões de uma série progressiva de fatos, processos, mudanças, evolução etc...

Fase paradoxal: segundo a teoria pavloviana, a fase em que os estímulos fortes não produzem efeito e os débeis uma reação forte.

Fase ultraparadoxal: os estímulos condicionais positivos provocam inibição e os negativos uma excitação.

Fases psicossexuais: fases de desenvolvimento que, segundo Freud, são marcadas pela fixação da libido numa zona erógena (bucal, anal, fálica e, depois de um período de latência, genital).

Fato social: toda maneira de agir, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, ou ainda, que é geral no âmbito de uma determinada sociedade, tendo existência própria independente das suas manifestações individuais.

Fator: o que coopera com outros fatores ou condições para produzir uma situação ou outras condições.

Fator e: fator específico (S), de Spearman. Inclui aptidões especiais ou habilidades que são variáveis entre indivíduos e num mesmo indivíduo.

Fator g: fator geral (general), de Spearman. Aptidões fundamentais como o raciocinar, o memorizar, o atentar...Variável num indivíduo mas constante em todos os seres humanos.

Fator h: fator habilidade. É um fator geral, que pode ser compreendido como a facilidade com que uma pessoa pode passar de um trabalho mental a outro completamente distinto. Estatisticamente ele se manifesta independente do g.

Fator o: fator geral do conhecimento, diz respeito às flutuações da eficiência mental.

Fator p: fator que varia de um indivíduo a outro e que diz respeito à perseverança na atividade mental.

Fator social: qualquer força de natureza social que atua sobre o indivíduo influenciando suas reações.

Fator v: fator vontade, que Spearman emprega para explicar a coerência ou a persistência dos motivos. Representa os elementos voluntários da inteligência.

Fatores ambientais: fatores do mundo objetivo que atuam sobre o indivíduo influenciando em sua estrutura e comportamento. Contrário a fatores internos, devido à hereditariedade e à constituição.

Feedback: o retorno ao centro de controle das informações obtidas dos eventos que se acham sob controle do centro. Reabastecimento dos estímulos. Retorno sensorial da periferia para o sistema nervoso central. O estudo desses mecanismos reguladores, como por exemplo o da temperatura, pertence à cibernética.

Fenomenismo: teoria que sustenta estar o conhecimento humano limitado aos fenômenos e não à verdadeira natureza dos seres.

Fenômeno: um dado da experiência, ou conjunto de dados que ocorrem num momento e podem ser observados ou submetidos à observação.

Fenomenologia: investigação de fenômenos e experiências conscientes do modo como surgem. É uma teoria ligada à psicologia introspectiva e à empírica de Brentano. Para Husserl, a psicologia fenomenológica é a que se ocupa de tipos e formas da psicologia intencional.

Fetiche: objeto ao qual se atribui algum poder e que se supõe protegerá seu portador. Sinônimos: amuleto, talismã.

Fetichismo: termo francês criado por Brosses, em 1760. Brosses criou esse termo depois de ouvir, na África, a palavra portuguesa feitiço, de origem latina (facticium = artifício). Em patologia, designa a busca do prazer sexual através de objetos da pessoa amada, geralmente peças do vestuário.

Fideísmo: nome que se dá a qualquer sistema filosófico que valoriza mais os dados da fé (os da revelação) que os da razão.

Fisioterapia: técnica de tratamento de doenças por meio dos elementos da natureza (água, luz, calor...) ou por meios mecânicos (massagens, exercícios, esportes...)

Fixação: resposta estereotipada desenvolvida como conseqüência do conflito. Em psicanálise, ligação da libido a algum estágio particular do desenvolvimento psicossexual.

Fleumático: tipo de caráter calmo, ativo e pouco emotivo.

Fleuma: na medicina grega (Hipócrates), um dos quatro humores temperamentais. Segundo Galeno, era abundante e frio, principalmente no inverno. No tipo em que predominava a fleuma (fleumático ou fleugmático) os traços de personalidade mais acentuados eram: calma, lentidão e frieza.

Flutuação da atenção: instabilidade da atenção devido ao equipamento sensorial, respiração e outros fatores orgânicos.

Fobia: medo reprimido e transferido a objetos ou situações que não podem provocar algum.

Fonofobia: medo mórbido de falar em voz alta.

Fotofobia: medo patológico à luz forte. Provavelmente associada à anormalidade na pigmentação.

Frenologia: divisão e estudo de áreas cerebrais, com suas respectivas funções, feita por Franz Joseph Gall (1758-1828) e difundida pelos seus discípulos, o alemão Spurzhein (1776-1832), que se acredita ter criado o termo frenologia, e o escocês Combe (1788-1858). Uma tentativa baseada em deduções hipotéticas, que foi logo esquecida. Gall admitia que uma área coordenava a memória, outra a amizade, outra o sentimento religioso e assim por diante. O primeiro opositor da frenologia foi o fisiologista francês Flourens (1794-1867), que pregava a teoria da unidade funcional do cérebro.

Freudismo: a corrente ortodoxa (que segue Freud) dentro da psicanálise.

Frigidez: diminuição ou ausência do desejo sexual. Mais especificamente, carência de sensações eróticas durante o coito. Veja impotência.

Frustração: algum objeto ou estado de fatos que impedem a pessoa de atingir um objetivo, de obter um incentivo, uma recompensa, de reduzir a força dos seus impulsos. A frustração se revela em forma de irritação, agressão, hostilidade, raiva, projeção, regressão etc. O acontecimento cria a frustração, mas o indivíduo também pode se lançar no estado de frustração.
Fuga: meio de reduzir um conflito, de evitar estímulos nocivos através da retirada.

Função: ação de uma estrutura nos seus ajustamentos.

Funcional, autonomia: hipótese segundo a qual algumas vezes hábitos tornam-se impulsos (drives), fins em si mesmo. Os hábitos adquirem propriedades motivacionais.

Funcional, psicose: uma psicose de origem psicogênica, sem uma mudança estrutural claramente definida.

Funcionalismo: teoria psicológica que destaca como essencial nos processos psicológicos a sua finalidade de adaptar o organismo ao ambiente. Esta teoria, que surgiu com William James e John Dewey, teve em J. R. Angell um dos seus principais defensores.

G
Generalização: princípio segundo o qual após o condicionamento a pessoa tende a reagir do mesmo modo a estímulos semelhantes. O processo na prática vem seguido da discriminação. Em psicanálise, mecanismo de adaptação psicológica. Verdades desagradáveis ao ego são por esse mecanismo atribuídas a um grupo social, a um povo, a uma raça ou a todo o gênero. O que caracteriza a generalização é a absolutização do relativo.

Gênio: diz-se do indivíduo com Q.I. igual ou superior a 180.

Genital, estágio: segundo a psicanálise, o período de desenvolvimento em que a libido é descarregada em objeto do meio exterior; período dos interesses heterossexuais.

Gerontofilia: interesse sexual de caráter patológico por pessoas mais idosas. Oposto a infantilismo, preferência sexual por indivíduos de pouca idade.

Gestalt: forma, configuração, estrutura. Termo alemão, pronuncia-se guestalte e não güestalte.

Gestalt, teoria de: veja configuracionismo.

Glossolalia: linguagem em idioma inventado pelo enfermo mental.

Gradiente de reforço: quanto mais próxima uma resposta estiver, no tempo e no espaço, ao reforço, mais forte ela ficará.

Gradiente do objetivo: em vários experimentos, a aceleração da marcha de um animal à medida que se aproxima do alvo.

Grafologia: método de análise do caráter pelo tipo de escrita, de grafia. Criado por Balbo, em 1662.

Grafomania: desejo irresistível de escrever. Aos poucos a pessoa vai passando a uma escrita de palavras sem sentido, à graforréia.

Graforréia: tendência patológica para escrever bilhetes, cartas, memórias, crônicas etc., sem sentido ou valor literário, e que aparece em estados delirantes.

Grupo social: grupo de indivíduos que mantém comunicação e solidariedade social. Grupo de pessoas que sentem, pensam e agem em comum. Pelos contatos sociais, os grupos podem ser primários (os elementos estão associados de modo íntimo) e secundários (aqueles em que os contatos são mais impessoais, pouco duradouros).

Grupo controle: um grupo de referência num experimento. O grupo que não está sujeito a tratamento experimental, ao contrário do grupo experimental.

Grupo experimental: num experimento, o grupo no qual alguma manipulação é aplicada.

H
Habilidade: inclui aptidão e aquisição. Refere-se ao potencial para aquisição de destreza ou aperfeiçoamento de hábitos.

Habitat: o ambiente no qual um organismo vive.

Hábito: uma seqüência estímulo-resposta aprendida. Reação adquirida geralmente invariável e facilmente suscitável. Produto do treino de um organismo. É empregado muitas vezes como sinônimo de aprendizagem.

Hebefrênica: um tipo de esquizofrenia caracterizada pela infantilidade e comportamento regressivo. Sem justa causa, o enfermo assume uma posição extravagante, ri, gesticula, deforma palavras e forma frases sem sentido. Às vezes, apresenta períodos de excitação motora.

Hedonismo: teoria ética que coloca o prazer pessoal como o objetivo a que deve atingir todo comportamento. A finalidade da existência está na busca e obtenção do prazer. Essa teoria é devida a Epicuro. Em grego, hedone = prazer. Sinônimo: epicurismo. (Em certo sentido, a teoria do desenvolvimento psicossexual de Freud é hedônica; da mesma forma, a lei do efeito de Thorndike é um princípio hedônico).

Hematofobia: medo mórbido relacionado com a visão de sangue.

Hermafroditismo: presença dos órgãos sexuais masculinos e femininos num mesmo indivíduo.

Hermética: diz-se de qualquer ciência, doutrina religiosa, ou de outro tipo, que é secreta, fechada.

Heteronomia: sujeição de uma pessoa ao domínio de outra, como no estado hipnótico.

Heterossexualidade: atração que um indivíduo sente pelos outros do sexo oposto. Relação sexual entre indivíduos de sexos contrários. Oposto à homossexualidade.

Hibernação: estado de inatividade e letargia que caracteriza alguns animais durante o inverno. O estado de sono prolongado de um paciente, ao qual foi ministrada uma droga especial é vulgarmente conhecido como hibernação artificial.

Hidrocefalia: é uma condição decorrente do desenvolvimento, ou adquirida, e que consiste na acumulação anormal de líquido nos ventrículos cerebrais e mesmo fora das cavidades cerebrais. Essa anomalia está associada a outras, como a inflamação das meninges e tumores. Durante o desenvolvimento fetal, os ventrículos são distendidos pela presença do líquido cerebrospinal e o cérebro é comprimido, o que afeta o desenvolvimento mental. Mais tarde, o líquido se acumula no espaço subaracnóide e outras partes do encéfalo. Consequentemente o hidrocéfalo tem a cabeça maior que o tamanho normal e apresenta retardo mental.

Hidroterapia: tratamento de moléstias através do uso de água quente ou fria (banhos, duchas, bolsas d'água, compressas...).

Hierarquia da família do hábito: expressão que se refere ao fato de que algum estímulo tende a eliciar um grupo de respostas (família do hábito), o qual varia na força. Segundo Clark Hull, num número de alternativas de seqüências habituais de comportamento, ante a mesma situação estimuladora inicial e o estado de reforço nos eventos finais, as seqüências alternativas têm uma ordem preferencial, a qual produz a hierarquia.

Higiene mental: estudo e prática das medidas que visam conservar normais as funções psíquicas.

Hiperalgesia, hiperalgia: estado patológico de excessiva sensibilidade à dor.

Hiperprosexia: atenção superior à normal.

Hipertireoidismo: hiperfunção da tireóide, que provoca excitabilidade emotiva e ocasionalmente alucinações. A pessoa pode ter insônia e não raro excitabilidade motora. Contrário a hipotireoidismo.

Hipertrofia: crescimento excessivo de um órgão ou de uma parte do mesmo pela dilatação dos seus tecidos constituintes.

Hipnoanálise: psicanálise realizada com o emprego de hipnose, como faziam Breuer e Freud, e que depois foi substituída pelo método de associação livre em estado de vigília. Veja narcoanálise.
Hipnologia: estudo e arte da hipnose. Foi Franz Anton Mesmer (1733-1815) quem, na última parte do século XVIII, demonstrou em Paris que os sintomas anormais podiam ser produzidos por outra pessoa, iniciando uma nova era na psicopatologia. Mesmer admitia, por exemplo, que a influência de uma pessoa sobre a outra era devido ao "magnetismo animal". No século XIX, o mesmerismo, rebatizado como hipnotismo pelo inglês James Braid (1841), voltou a ser matéria de estudo dos psicólogos clínicos. Veja histérica, neurose.

Hipnose: sono provocado artificialmente por medicamento (hipnótico) ou sugestão (hipnotismo).

Hipnoterapia: tratamento que é feito com o emprego do hipnotismo.

Hipnotismo: o processo de indução ao transe hipnótico. Pelo hipnotismo, o hipnotizador leva o paciente à letargia (sono artificial), catalepsia (enrijecimento muscular) ou ainda ao sonambulismo. Estado que só aparentemente se parece com o sono, porque a pessoa hipnotizada se comporta sob controle do hipnotizador. Nem todas as pessoas são suscetíveis à hipnose.

Hipocondria: mania de doença. É um mecanismo de fuga ante situações desagradáveis, reais ou imaginárias, que tornam a pessoa ansiosa. Há uma preocupação anormal com a saúde.

Hipofrenia: deficiência ou ausência de capacidade intelectual.

Hipofunção: funcionamento subnormal de um órgão ou sistema.

Hipomania: forma atenuada de excitação maníaca.

Hipótese: escolha de alternativas numa aprendizagem por ensaio e erro (Krechevski, 1932). Suposição preliminar. O método de Claude Bernard, adotado nas ciências físicas e biológicas, consiste na formulação de hipóteses, experimentação e elaboração de teorias.

Hipotireoidismo: insuficiência de secreção interna da tireóide. Mixidema, cretinismo e bócio endêmico (ou simples) são estados de hipotireoidismo patológico. O bócio endêmico (vulgarmente, papo) aparece quando a alimentação e/ou a água tomada regularmente pela pessoa é pobre em iodo.

Histeria: um tipo de neurose caracterizada por perturbação da consciência em relação aos desejos afetivos, sugestibilidade exagerada, crises nervosas e reações conversivas como sono, paralisia, catalepsia, anestesia e outros sintomas orgânicos. Para Freud, neurose resultante de conflitos insolúveis entre ego e id. As tendências reprimidas do id, que foram excluídas da vida consciente, retornam do subconsciente por meio da conversão.

Holística, teoria: teoria filosófica formulada por Jan Christiaan (Christian) Smuts (1870-1950), primeiro-ministro, soldado e filósofo sul-africano, que considera os fatores da natureza como "todos" que não podem ser reduzidos à soma das partes e a evolução do universo é que determina essa característica da natureza (Holism and Evolution, 1926). O organicismo defende essa posição e se opõe ao vitalismo e ao mecanicismo. Em psicologia, qualquer teoria que defenda o caráter unitário da inteligência, do funcionamento cerebral e da personalidade. A psicologia organísmica e a gestáltica têm pontos em comum, podendo ser a primeira entendida como uma extensão dos princípios da segunda ao organismo e à personalidade. Veja configuracionismo.

Homossexualidade: atração ou relação entre pessoas do mesmo sexo. Contrário a heterossexualidade.

Hórmica, teoria: teoria de McDougall (1871-1938), para a qual todo comportamento tem um propósito, dirige-se a um fim levado por uma força (hormê em grego = impulso vital ou desejo para a ação), que é a base de todas as atividades dos organismos vivos. Eqüivale à vontade de viver, de Shopenhauer, impulso vital, de Bergson, e libido, de Jung.

Hormônios: o controle geral das funções celulares que se realizam a longo prazo é dada pela ação dos hormônios circulantes no plasma. Pensava-se antigamente que a hipófise controlava a ação das glândulas endócrinas, sem interferência do SNC. Sabe-se, entretanto, presentemente, que o hipotálamo age sobre o lobo anterior da hipófise, através dos fatores de liberação, por meio do sistema portal hipotálamo-hipofisário. O hipotálamo elabora uma neuro-secreção que migra através dos axônios até o lobo anterior da hipófise, onde ela estimula a liberação dos hormônios hipofisários. Esta liberação é controlada por um sistema de retro-alimentação que ajusta a quantidade de hormônio circulante na periferia. Um aumento do nível de hormônios tem efeito inibidor na atividade da hipófise. O controle por retro-alimentação (feedback) é fundamental na regulação do nível dos hormônios circulantes. Os hormônios conhecidos compreendem os: corticosteróides, progesterona, estradiol, testosterona, tiroxina, adrenalina, metalonina, paratormônio, , tirocalcitonina, insulina, glucagônio, relaxina, eritropoietina, oxitonina, vasopressina, melanotrofina, somatotrofina, corticotrofina, tirotrofina, FSH, LH ou ICSH, LTH e gonadotropina (gonadotrofina coriônica). Várias teorias procuram explicar o modo de ação dos hormônios. Uma delas postulava uma relação com certas enzimas de modo similar às vitaminas. Outra teoria estabelece uma ligação dos hormônios com proteínas chamadas de receptores hormonais. Mais recentemente foi proposto um mecanismo de base na ativação de pontos genéticos, envolvendo a síntese de RNA (mensageiro), e de proteína enzimática, nos ribossomos. Existem ainda substâncias encontradas no líquido seminal, as prostaglandinas, que têm provavelmente papel como moduladoras metabólicas e controlam de modo geral e ação dos hormônios. Como os hormônios após se formarem em glândulas (glândulas endócrinas) são secretados na corrente sangüínea, o mecanismo é também chamado de secreção interna.

Humor: termo usado também para assinalar uma atitude emotiva mais ou menos constante, embora não permanente.

I
Iconolagnia: excitação sexual provocada por imagens.

Id: em biologia, proposto por Weismann para designar a unidade vital composta de determinantes hipotéticos. Em psicanálise, o conjunto de impulsos naturais e inconscientes, que se regem pelo princípio do prazer. Para Freud, esses impulsos eram todos de caráter sexual.

Idade cronológica: anos de vida desde o nascimento.

Idade mental: idade obtida com a aplicação de testes de inteligência ou pela avaliação das realizações do indivíduo.

Ideação: processo ou operação pela qual são formadas as idéias.

Ideal do ego: ideal pessoal que começa a se formar na infância pela identificação com as pessoas queridas. Veja identificação e projeção.

Idealismo: teoria filosófica para a qual conhecemos os objetos não sem si mesmos, mas sim tal qual se apresentam através das idéias que fazemos deles.

Idéia: representação mental de alguma coisa em sua ausência. Experiência que não é devida diretamente aos órgãos de sentido, o que a difere da representação perceptual.

Idéia abstrata: idéia que significa um aspecto ou qualidade de um objeto, ou de um grupo de experiências, e não o objeto ou o grupo de experiências.

Idéia fixa: idéia ou curso de pensamento, que aparece com freqüência e tende a dirigir a atividade mental do indivíduo.

Idéia geral: idéia que inclui semelhanças e exclui as diferenças comuns a um conjunto de idéias particulares e indivíduos.

Identidade: característica de um organismo que permanece sem mudança sensível.

Identificação: em psicanálise, o mecanismo inconsciente através do qual uma pessoa adota sentimentos e idéias de outra, por existir entre ela e essa outra um certo vínculo na maneira de ser. Este fato ocorre por volta da segunda infância.

Ideofobia: medo mórbido de perder a razão.

Idiolalia: forma de dislalia em que o indivíduo adulto, de nível mental inferior, inventa palavras.

Idiossincrasia: estilo de vida de uma pessoa, o qual faz com que ela sinta, de modo particular os objetos e fenômenos do mundo exterior.

Idiota: indivíduo que se encontra no grau mais baixo de deficiência mental. Q.I. de 0 a 25.

Idiota savant: indivíduo que é deficiente mental mas que possui uma aptidão especial para cálculo rápido, xadrez, trabalhos manuais, pintura, música ou qualquer outra habilidade. Ele se mostra prodígio apenas num tipo de trabalho. Em francês, savant = sábio, prodígio.

Idiota amaurótica: uma deficiência mental por volta dos dois anos e que decorre da diminuição da capacidade visual, estrabismo, surdez, debilidade muscular e queda da cabeça. A criança morre pouco tempo depois, ela que fora alegre, sadia e normal até os dois anos. Essa enfermidade se apresenta quase que exclusivamente em crianças de origem judaica.

Idolatria: culto a estátuas ou outros objetos sólidos.

Ídolo: preconceitos e subjetividades que dificultam a descoberta da verdade. Estátua ou figura, que é objeto de adoração. Muitas vezes empregado para designar a condição de um caudilho em relação aos seus seguidores.

Ilógico: conclusão (ou hipótese) obtida com a violação das normas lógicas.

Ilusão: uma percepção inexata de um objeto ou situação, ou de algum dos seus aspectos.

Imagem: experiência que reproduz ou copia em parte com certo grau de realismo sensível uma experiência perceptiva prévia na ausência da estimulação sensorial original.

Imagens hipnagógicas: imagens que aparecem nas alucinações quando a pessoa está no estado letárgico que precede ao sono profundo.

Imagens oníricas: sucessão de imagens que aparecem no sonho e que formam uma história ou parte desta.

Imaginação: reorganização de uma experiência passada que inclui elementos da experiência momentânea. Quando controlada, a imaginação permite o pensamento criador.

Imaginação criadora: imagens e pensamentos guiados por um plano já estabelecido. Sinônimo: pensamento criador.

Imaginação reprodutora: tipo de imaginação calcada mais nas experiências vividas e que não obedece a uma planificação, como a criadora.

Imbecil: pessoa com grau intermediário de deficiência mental. Q.I. entre 26 e 50.

Imitação: processo pelo qual um indivíduo realiza um ato estimulado pela observação de uma conduta semelhante em outra pessoa ou mesmo um animal. Há dois tipos de imitação: 1) simples - atividade repetidora; 2) generalizada - atividade que visa obter o mesmo resultado conseguido pela pessoa observada, embora as atividades do imitador não sejam idênticas às do seu modelo.

Imperceptível: estímulo muito débil e que não pode produzir uma experiência consciente.

Impotência: incapacidade para realizar um coito normal. O termo geralmente se aplica ao macho. Difere da frigidez, usado para o sexo feminino e que não tem o sentido de incapacidade para a procriação.

Impressão: a conseqüência nervosa de uma estimulação.

Impulso: estímulo persistente de natureza fisiológica e que determina um reflexo de ajustamento. Pode ser primário (natural) ou secundário (adquirido).

Inadaptação: a incapacidade do indivíduo para se acomodar às condições ambientais, ou o próprio fato de não se ajustar.

Inato: o que faz parte do organismo no ato do nascimento. O que não está fundamentado na experiência.

Incapacidade: falta de aptidão.

Incentivo: estímulo interno combinado com um externo que provoca reforço de uma resposta. Estímulo externo que serve para manter a conduta. O que é visado, buscado, procurado, como alimento, objeto sexual ou dinheiro.

Incerteza: falta de crença por carência de dados. Difere da dúvida porque neste estado o sujeito tem provas contraditórias.

Incesto: intercurso sexual entre pessoas de sexo oposto ligadas por consangüinidade. Geralmente se considera incestuosidade as ligações entre pais ou avós e filhos ou netos, irmãos e irmãs ou netos e netas.

Incidental: o que ocorre ocasionalmente.

Inconsciente: conjunto de processos dinâmicos que não chegam à consciência da forma como se desenvolvem. No início da psicanálise, Freud usou o termo inconsciente para designar desejos recalcados e o sistema subconsciente, a cuja mercê se encontraria o sistema consciente. Depois de 1923, o id passou a simbolizar desejos recalcados e impulsos sexuais. Atualmente a psicanálise não vê o id como o conjunto de impulsos sexuais apenas e nem o ego como um sistema tão dependente do id como queria Freud. Muito embora o inconsciente já tivesse sido motivo de especulação filosófica e estudado em psicologia, coube a Freud explorá-lo como nenhum outro pensador.

Inconsciente coletivo: termo usado para designar a parte do inconsciente individual que resulta da experiência ancestral da espécie.

Incubação: estágio do pensamento criador em que se desenvolvem processos inconscientes para a solução de um problema. Algumas idéias aparecem e outras são anuladas. É o estágio que precede ao da iluminação.

Indagação: qualquer atividade sistemática visando conhecer e compreender a constituição e os fenômenos da natureza através da observação.

Indecisão: atitude resultante do equilíbrio entre os motivos, ou falta de dados para tomar uma decisão, e que se caracteriza pela inibição reativa.

Indivíduo: um organismo, distinguido de uma classe ou espécie.

Indução: em lógica, ato de raciocinar partindo do particular para o geral. Em fisiologia, provocação indireta de um estado ou condição num organismo. Em reflexologia, aumento da força de um reflexo que segue um período de inibição.

Inerente: o que é inseparável, que está unido intimamente.

Infância: período do desenvolvimento humano que vai de um mês após o nascimento até 11 anos, e que pode ser dividido em 1.ª infância (1 mês até 3 anos), 2.ª infância (de 4 a 6 anos) e 3.ª infância (de 7 a 11 anos). No período de 1 dia a 1 mês, o ser humano é chamado de recém nascido. Para o período de 1 dia a 2 anos, os norte-americanos usam o termo infância. Em latim, infans, antis = menino ou menina que ainda não fala; infantiae, ae = a idade de 7 anos; fans, antis = o que fala.

Inibição proativa: uma aprendizagem (B) anterior à de A interfere na retenção posterior de A.

Inibição retroativa: respostas aprendidas anteriormente são inibidas por novas respostas aprendidas. O material retido anteriormente é debilitado por nova aprendizagem.

Insanidade: termo legal para a enfermidade mental que torna a pessoa irresponsável pelos seus atos. Em psiquiatria, o termo é psicose.

Insight: a compreensão súbita. Também pode ser usado para designar a improvisação súbita numa aprendizagem ou solução de um problema. Compreensão, discernimento, visão profunda da situação ou problema. Aprendizagem por insight é aquela caracterizada sobretudo pela atividade mental.

Instinto: forma de comportamento biologicamente não aprendido. Propensão. McDougall empregava o termo referindo-se ao que hoje chamamos de impulsos primários (primary drives). Reações naturais facilmente suscitáveis e geralmente invariáveis. Vários termos na psicologia contemporânea designam os múltiplos aspectos do complexo que os biologistas rotulavam como instinto.

Instinto do ego: qualquer instinto assexual, segundo os psicanalistas. I

nstinto de morte: um impulso secundário derivado do sadismo, mas voltado para dentro. Em psicanálise, um impulso primário cuja finalidade é destruir unidades orgânicas e com a tendência destrutiva-masoquista voltada para fora e tomando a forma de agressão (Freud). Tanatos é o nome usado para este instinto.

Instinto de vida: em psicanálise, a antítese de Tanatos. O conjunto de impulsos que visam a reprodução e a conservação da vida. Freud usou o nome Eros para esse instinto.

Instinto gregário: tendência, observável em várias espécies animais, para viver em grupo. Sinônimo: sociabilidade.

Instinto sexual: em psicanálise, ampla tendência em busca do prazer orgânico, que se põe a serviço da função reprodutora na fase genital. Oposto ao instinto do ego.

Instinto social: qualquer tipo de conduta não aprendida que tem por finalidade a cooperação com outros membros da espécie.

Insulina-choque, terapia: forma de terapia na qual o agente é a insulina. Outrora largamente usada em casos de esquizofrenia, mas raramente utilizada na prática corrente.

Intelecto: conjunto de processos cognitivos. É com este sentido que se diz desenvolvimento intelectual.

Intelectualismo: em psicologia, a teoria que reduz todos os fenômenos a processos intelectuais. Em filosofia, teoria para a qual o conhecimento procede, ou se deduz, da razão apenas. Sinônimo: racionalismo.

Inteligência: capacidade de improvisação de reações novas ante situação nova. Capacidade para resolver problemas novos com eficiência e originalidade.

Inteligência abstrata: inteligência caracterizada pelo emprego eficiente de conceitos abstratos e símbolos na solução de problemas.

Inteligência concreta: inteligência caracterizada pelo emprego eficiente de conceitos abstratos e símbolos na solução de problemas.

Inteligência mecânica: inteligência caracterizada pela eficiência do indivíduo para se ocupar de mecanismos.

Inteligência social: inteligência caracterizada pela eficiência na solução de problemas que implicam relações sociais.

Intencional: o ato executado voluntária e não acidentalmente. Todo comportamento é regulado por fins objetivamente determináveis, sem que a intenção (purposive) implique em mente auto-consciente. As intenções são mais importantes que os estímulos na determinação da conduta (purposivism).

Intencionalismo: teoria que define o psíquico como o que tende a ou se refere a um objeto.

Intensidade: magnitude ou grau de quantidade atribuído a um fenômeno, a par de um valor temporal ou espacial, por exemplo, o valor quantitativo de uma unidade sensorial. Um dos fatores externos determinantes da atenção é a intensidade do estímulo.

Interesse: uma tendência persistente para manter a atenção ou levar adiante alguma atividade, como no caso do interesse vocacional. Uma atitude favorável em relação a algum objeto, situação ou idéia.

Interferência, teoria da: teoria que admite ser o esquecimento resultante da interferência de outras experiências de aprendizagem que ocorrem antes e/ou depois do evento em questão.

Interpretação dos sonhos: análise de sonhos com o objetivo de descobrir o que se esconde por trás dos mesmos (desejos, lembranças etc.), desse conteúdo manifesto. O conteúdo latente é o que realmente interessa ao psicanalista, mas ele só pode selecionar seus elementos constituintes após a interpretação dos símbolos oníricos. Para Freud, o estudo dos sonhos é o melhor meio de se conhecer a personalidade, dado que sendo o sonho uma atividade subconsciente, o material vindo do inconsciente encontra-se menos enlaçado às representações conscientes (percepções, idéias e sentimentos controlados).

Interveniente, variável: um conceito, ou construto. Por exemplo: fadiga, temperamento, interesse, inteligência...

Introspecção: reflexão sobre a própria experiência. Auto análise.

Introspeccionismo: doutrina psicológica que admite como método fundamental o introspectivo.

Introjeção: em psicanálise, tendência ou ato de absorver o meio ou a personalidade de outros, produzindo a identificação.

Introversão: em psicologia analítica, o fato de a libido dirigir-se para dentro e desinteresse pelo mundo exterior (Jung).

Introvertido: tipo psicológico de Jung. Voltado mais aos seus sentimentos e pensamentos que aos fatos do mundo objetivo. Contrário a extrovertido.

Intuição: em filosofia, o conhecimento imediato. Todo conhecimento que se relaciona imediatamente com os objetos, em oposição ao conhecimento abstrato, discursivo. A intuição nos mostra realidades singulares, seres concretos e o raciocínio trabalha com conceitos, com idéias gerais e abstratas.

Inversão sexual: a adoção de características do sexo oposto. Em psicanálise, sinônimo de homossexualismo.

Ira: conjunto de reações desagradáveis (emoção) caracterizadas pela atitude de ataque ou defesa.

Irradiação dos reflexos condicionados: quando uma reação está condicionada pelo trabalho de certo receptor, a uma estimulação de outros receptores, especialmente os mais próximos, pode suscitar a mesma resposta, embora menos forte (Pavlov).

Isomorfismo: correspondência estrutural dos campos excitativos do cérebro com os conceitos experimentados na consciência. O princípio e o termo são usados nesse sentido pelos gestaltistas. Em grego, isos = igual, morphe = forma.

J
Jactação: perturbação do sistema nervoso em que o paciente apresenta movimentos e gestos desordenados.

Jactância: conduta caracterizada pelo esforço da pessoa para forçar os outros a aceitarem uma exagerada valorização de suas capacidades e realizações. Sinônimo: vaidade.

Jargonofasia: perturbação da linguagem falada em que o doente interpõe palavras ou sílabas sem sentido, tornando a linguagem incompreensível.

Jogo: exercício de qualquer das formas típicas de conduta de uma espécie determinada sem referência específica às necessidades orgânicas. Tipo de diversão regido por regras e que no mais das vezes implica na atividade conjunta de vários indivíduos. Na criança, é um estimulante de crescimento e meio de realização de muitos atos imaginados.

Juízo: atividade intelectual que consiste em afirmar ou negar uma relação. O juízo comporta três elementos: um sujeito (ser de quem se afirma ou se nega alguma coisa), um atributo ou predicado (o que se afirma ou se nega do sujeito) e uma afirmação ou negação. O juízo é expresso verbalmente pela proposição.

Juventude: período da adolescência entre a puberdade e a maturidade. Corresponde à idade escolar de Erickson (6-7 a 11 anos). Do latim juventus, utis = a mocidade, a idade juvenil.

L
La belle indifference: na histeria, o fato de o paciente mostrar-se satisfeito com sua doença e ser indiferente aos seus sintomas.

Laborterapia: método de psicoterapia pelo trabalho orientado.

Lalação: repetição de uma sílaba, ou de um som qualquer, observada em idiotas e crianças, quando estas começam a falar.

Lalopatia: qualquer tipo de transtorno da linguagem. Compreende a disritmia, a disfonia, a disartria, a dislogia, a disfemia, a disfasia e a dislalia.

Lambdacionismo: anomalia da linguagem que consiste na troca do r pelo l.

Lapsus linguae: emprego de uma palavra em lugar de outra, que estaria mais coerente com o sentido da frase. É uma confusão na associação de palavras. Para Freud, esse é um dos sintomas de idéias ou complexos reprimidos que, assim, obtêm uma satisfação indireta.

Latência: medida de resposta referente à demora entre a estimulação e o surgir da resposta. Fase do desenvolvimento, segundo Freud, em que os impulsos sexuais, os sentimentos, os desejos, são reprimidos por imposições culturais (de 6 ou 7 anos até o início da puberdade).

Lei: em psicologia, indica sempre um princípio que governa uma ou várias atividades.

Lei da analogia: uma das leis do sistema de Thorndike e que explica a transferência da aprendizagem. Havendo identidade de elementos entre uma velha situação e uma nova, o indivíduo tende a usar velhas respostas.

Lei da contigüidade: em psicologia da percepção, tendência a unir os elementos mais próximos formando conjuntos.

Lei da continuidade: lei da percepção proposta pelos gestaltistas. Tendência a dar continuidade e não quebrar a harmonia de um conjunto.

Lei da energia específica, de Muller: a sensação não depende do excitante, mas sim do órgão excitado. Estímulos nos olhos provocam sensações e nada mais que isto.

Lei do limiar de intensidade e excitação: existe um limiar para cada órgão sensorial, abaixo do qual os excitantes não provocam sensação alguma.

Lei da multiplicidade de respostas: não encontrando uma resposta que lhe permita atingir o objetivo rapidamente, o indivíduo, em situação nova, varia suas respostas, ensaia, até encontrar uma boa resposta. Durante essa experiência, ele seleciona entre os elementos da situação aqueles que permitirão um ajustamento melhor. A este segundo fato, Thorndike designou lei da atividade seletiva.

Lei da permanência da sensação: as sensações não desaparecem tão logo deixem de existir os estímulos.

Lei da primazia: princípio explicativo, em aprendizagem, segundo o qual os primeiros elementos de uma série são aprendidos mais depressa e melhor serão recordados.

Lei da recenticidade: experiências recentes têm maior probabilidade que as anteriores de se associarem com uma experiência determinada. Esse princípio considera o fator tempo na associação de estímulos e respostas. O princípio de Guthrie difere um pouco, porque a recenticidade é na ordem de ocorrência não no tempo. Se uma aprendizagem for completada num único ensaio, o que foi feito por último, ante uma combinação de estímulos, tornará a ser feito quando voltar a ocorrer a mesma combinação de estímulos.

Lei da relatividade: princípio segundo o qual cada fase da experiência está influenciada por todas as demais fases simultâneas da mesma experiência.

Lei da similaridade: uma das leis da percepção. Tendência a unir estímulos semelhantes no processo de agrupamento que caracteriza a atividade perceptual.

Lei da totalidade: tendência a unir os estímulos, a fechar uma figura formando uma boa figura, uma figura melhor.

Lei de Fechner: é baseada nas mudanças de intensidade dos estímulos e mudanças nas sensações. Trata-se de uma ampliação da lei de Weber. Pode ser entendida da seguinte forma: uma sensação varia em razão aritmética enquanto um estímulo em proporção geométrica. A sensação cresce mais devagar que a estimulação. Nessa base foi elaborada a lei da progressão de Delboeuf, que é justamente a enunciação da lei de Fechner em termos de razão e progressão, como foi exposto acima. Esta lei é admitida apenas para intensidades médias, tendo, portanto, valor muito relativo.

Lei de Yerkes-Dodson: uma observação empírica (1908): quanto mais difícil a tarefa para o animal aprender, menor o grau ótimo de motivação exigido para provocar uma aprendizagem mais rápida. A motivação varia com a complexidade da tarefa.

Lei E-R (estímulo-resposta): lei em que a variável independente é um evento do qual se faz a predição (E), como as condições ambientais num laboratório, e as dependentes são aspectos do comportamento que o psicólogo procura controlar.

Lei psicofísica: qualquer relação expressada entre estímulos e experiências sensoriais, como a lei de Weber-Fechner em qualquer de suas formas ou enunciações.

Lei R-R: ao contrário da lei E-R, nesta a variável dependente é R2. O psicólogo trata das relações resposta-resposta. Pela análise de um comportamento (R1) é possível predizer a resposta (R2) que a pessoa dará em situação semelhante. O indivíduo que fixa bem na memória um material (R1), dele se lembrará muito bem (R2) (resposta medida).

Lésbica, lesbiana: termos populares para designarem a homossexualidade feminina, desde quando na ilha de Lesbos (mar Egeu), na metade do século VI A.C., a poetisa Safo fez-se líder de um grupo de mulheres cujas relações mútuas eram caracterizadas por um forte sentimento homossexual. Sinônimo: tribadismo.

Letargia: sono artificial provocado por narcose ou por hipnose. Para Charcot, uma fase da hipnose (as outras seriam a catalepsia e o sonambulismo) e que se caracteriza pela hiperexcitabilidade neuromuscular, anestesia e flacidez muscular.

Levitação: hipotético poder de levantar corpos sem auxílio de instrumentos ou da própria força física, ou seja, capacidade sobrenatural.

Libertinagem: termo que designa a propensão de um indivíduo para beber e ter atividades sexuais exageradas.

Libertinismo: busca desregrada de satisfação da necessidade de contatos sexuais.

Libido: para Freud, a energia do instinto sexual que está na base de todo comportamento. Como explica Lagache, energia dos instintos de vida, que se distribui entre o ego (libido narcisista) e objetos ou pessoas (libido objetal). Para Jung, energia psíquica independentemente do objeto.

Likert, escala de: instrumento de medida de atitudes, que consta de proposições sobre cada aspecto da realidade social, sendo atribuídos pontos de 1 a 5 para cada resposta dada.

Limiar: em psicologia, ponto estatisticamente determinado na escala de estímulos, no qual se realiza a passagem de uma série de sensações ou juízos.

Linear, perspectiva: tendência a perceber objetos distantes como juntos e objetos próximos como separados. A aparente convergência das linhas de uma estrada de ferro é uma pista para a percepção de distância e profundidade.

Linguagem: conjunto de sinais de que os homens se servem para a comunicação de suas idéias e sentimentos. Existem três tipos de linguagem: a falada ou glótica, a escrita ou gráfica, a gesticulada ou mímica. Apesar das teorias apresentadas sobre a origem da linguagem, seu mistério continua a desafiar a argúcia da ciência.

Lingüística: ciência que estuda tudo quanto se diz. O objeto de seu estudo baseia-se em qualquer idioma, mesmo que não seja escrito ou não possua literatura. Denomina-se também glotologia.

Lipomania: termo que Esquirol usou em lugar de melancolia. Relações depressivas.

Lipotimia: perda quase completa da consciência, suspensão da atividade motora e funções circulatória e respiratória normais.

Livre associação: norma psicanalítica que consiste em levar o paciente a expressar tudo que desejar, mesmo que as idéias e os juízos pareçam incongruentes.

Lobotomia: operação realizada em lobos dos hemisférios cerebrais, cortando-se feixes de associação com centros afetivos no diencéfalo. Introduzida por Egaz Moniz, em 1935. Sinônimo: leucotomia.

Lógica: ciência da razão como instrumento do conhecimento. A lógica é ciência e arte do pensamento correto, de suas formas e leis.

Lógica formal: é um corpo de princípios formulados que descrevem os processos do pensamento, com referência especial à validez das conclusões tiradas de certas formas ou tipos de premissas, sem ter em conta a verdade ou a falsidade destas. A lógica formal ensina a pensar acertadamente porque ela dispõe de certas regras. A lógica formal estuda as diferentes formas do processo do pensamento. Ela se ocupa, portanto, dos conceitos, dos juízos e dos raciocínios.

Lógica material: trata das condições que decorrem das relações do pensamento com os objetos. Leva em consideração não apenas a atividade intelectual, as idéias, os juízos etc., mas também a matéria, o ser, a coisa que está sendo conhecida. Assim, trata de dirigir o pensamento na busca da verdade, do certo, do irrefutável, do conhecimento verdadeiro. A lógica material trata, então, das condições da certeza, do método e da ciência.

Logofobia: medo de falar, como aparece nos gagos. Normalmente esse temor são reflexos condicionados adquiridos no período de 2 a 4 anos, quando a criança tem muitas experiências desagradáveis ou algum trauma.

Lúdica: atividade de jogo. Do latim, ludus, i = o jogo, ou qualquer outro tipo de recreação.

Ludoterapia: terapia assentada em jogos de salão e exercícios, cujos objetivos são o auto-controle, o bom relacionamento social, a satisfação de desejos e a canalização de tendências destrutivas.

Lunático: diz-se do indivíduo que tem repentes de psicótico. O termo deriva da suposta associação mágica entre desequilíbrios mentais e a influência da lua.

M
Macrocefalia: estado patológico caracterizado pelo excessivo crescimento da cabeça. Em grego, makrós = grande; kephale = cabeça.

Magnetismo animal: esse termo foi usado por Mesmer para designar a hipnose, pois pensava ele que o estado hipnótico era devido ao magnetismo.

Maneirismo: gesto ou traço peculiar pelo qual se pode distinguir um indivíduo entre outros. Em patologia, a atitude afetada de um esquizofrênico.

Mania: transtorno mental caracterizado pela excitação, pela exaltação eufórica do humor (hipertimia) e às vezes por agitação motora.

Marginal: termo usado para assinalar a pessoa com traços negativos de caráter e que, portanto, tem conduta social que não se enquadra dentro das normas estabelecidas para a maioria das pessoas.

Masoquismo: incapacidade para obter prazer sexual sem sofrimento. O termo é estendido ao comportamento na comunidade: incapacidade para obter satisfação social sem sofrimento. Oposto ao sadismo.

Masturbação: excitação dos órgãos genitais com a mão até encontrar o prazer sexual. Embora se denomine onanismo, a provocação do orgasmo através dessa excitação mecânica, na verdade Onam, personagem bíblico, praticava o coito interrompido.

Material do sonho: a sucessão de experiências, durante o sono, em que predominam imagens simbólicas.

Materialismo: corrente filosófica para a qual a matéria é realidade última. Para o materialista, todos os fenômenos psíquicos e o comportamento são produto da atividade cerebral e demais órgãos e, portanto, produtos materiais. O pensamento é o reflexo da realidade objetiva e não produto de entidade sobrenatural. Oposto ao idealismo.

Materialização: em metapsíquica, a formação de objetos ou do corpo humano por meios sobrenaturais.

Maturação: processo de desenvolvimento dos órgãos e funções para atingir determinada condição estabelecida pela hereditariedade. A maturação limita a aprendizagem e não é limitada por ela.

Maturidade: condição conseguida ao final de um processo de desenvolvimento.

Maturidade mental: idade em que se estabiliza a capacidade para improvisar reações novas, eficientes, originais. Para diferentes psicólogos, diferentes são as idades em que a inteligência pára de crescer. O período é de 15 a 20 anos.

Mecanicismo: teoria que explica ser o universo constituído de corpos movidos por forças. Tendência a interpretar a conduta em termos de mecanismos teóricos a aceitar as causas físicas e biológicas como suficientes para explicar o comportamento.

Mecanismos: diferentes hábitos adquiridos para satisfazer os mais diversos motivos.

Mecanismo de defesa: um processo inconsciente que possibilita ao ego livrar-se da ansiedade ou do stress. São mecanismos de defesa: conversão, racionalização, fantasia, generalização, repressão, projeção, isolamento, sublimação, identificação, simbolismo, deslocamento, adiamento de satisfações, regressão, formação reativa e reação dissociativa.

Médium: em parapsicologia, a pessoa recebe espíritos e que é usada como canal para a transmissão de mensagens escritas ou orais. O médium pode ser consciente (o que em transe ouve o que o espírito diz), ou inconsciente (depois do transe não sabe o que o espírito fez).

Medo: forma condicionada de reação dolorosa. Para muitos propósitos, substituído pela ansiedade.

Megalomania: mania de grandeza, com excessiva valorização de sua importância social.

Melancolia: desequilíbrio mental caracterizado por: depressão acentuada, desgosto, insônia, ansiedade, inibição ou agitação motora. No estado melancólico, o indivíduo tem uma idéia quase fixa de autodestruição. Sinônimo: lipomania.

Melancólico: tipo de temperamento caracterizado por períodos de depressão (bílis negra, Hipócrates). Para Pavlov, tipo fraco, desequilibrado, inibido, inconstante ou inerte.

Memória: termo usado para designar as funções de retenção e reprodução. Marca experiências, funções e movimentos condicionados por funções, movimentos e experiências passadas.

Memória associativa: recordação de experiências pela associação com os novos estímulos. Capacidade para recordar mediante a associação.

Memória involuntária: processo de retenção ou recordação em que não intervém a vontade da pessoa.

Memória lógica: designa o processo de retenção de material compreendido pela pessoa. Sinônimo: memória racional.

Memória mecânica: processo de retenção sem a compreensão exata do significado do material. E o "aprender pela decoração".

Memória voluntária: retenção ou recordação que depende mais dos interesses e da vontade do sujeito que das condições ambientais.

Menarca: a primeira menstruação da mulher, que marca o início da puberdade e da adolescência.

Menopausa: período da vida da mulher em que cessa a menstruação. Ele varia bastante, mas dificilmente começa antes dos 40 anos.

Mental, desordem: termo geral que designa reações neuróticas, psicóticas, transtornos da personalidade ou anomalias crônicas do cérebro. Usam-se também os termos desordem de comportamento e enfermidade mental. Em inglês, disorder = transtorno, desordem, enfermidade.

Mental, higiene: termo geral, similar no significado, a saúde mental, que se refere a atividades que favoreçam o ajustamento pessoal satisfatório. Conjunto de normas que, obedecidas, permitirão à pessoa uma atividade intelectual normal.

Mental, retarde: condição marcada pela deficiência nas habilidades intelectuais. Q.I. 70 ou menos.

Mental, saúde: termo que se refere a ajustamentos pessoais que não apresentam sintomas neuróticos ou psicóticos.

Mentalismo: doutrina para a qual a psicologia deve se ocupar dos fenômenos conscientes. Oposta ao behaviorismo.

Metapsicologia: ponto de vista na psicanálise que considera todo processo psíquico segundo três aspectos: o dinâmico, o topográfico e o econômico.

Metapsíquica: termo usado por Richet (1905) para designar o conjunto de fenômenos de aparência sobrenatural: criptestesia, modo de conhecimento extrasensorial (clarividência, que abrange a telepatia, a antevisão e as premonições), telecinesia (ações mecânicas à distância, inclusive a levitação) e ectoplasmia (materialização). Sinônimo: parapsicologia.

Método: é um procedimento racional para atingir um objetivo. Modo sistemático de trabalho visando conhecer os elementos constituintes da realidade (natureza e sociedade).

Método analítico: consiste em decompor conjuntos para investigar a natureza de seus componentes. Análise em grego = decomposição.

Método anedótico: modo de estudar o comportamento dos animais separando os fenômenos mais interessantes. O nome deriva do fato de os primeiros estudiosos (geralmente biólogos) terem feito relatos engraçados da vida de muitos animais, como macacos e cachorros.

Método de aproximações: uma variação do condicionamento operante na qual a realização (performance) desejada é encorajada pelo reforçamento das respostas aproximativas, ou seja, respostas que aproximam da realização correta.

Método behaviorista: observação, descrição e interpretação das reações musculares e glandulares do organismo. Contrário a método introspectivo.

Método científico: norma de trabalho estabelecida por Claude Bernard: formulação de uma hipótese, experimentação e formulação da teoria em vista dos resultados obtidos.

Método comparativo: método de investigação de classes ou indivíduos semelhantes, visando ressaltar as diferenças e as similaridades entre eles.

Método da constância dos estímulos: apresentação de um estímulo de uma dada intensidade a um observador indagando-lhe para indicar se ele o deteve ou não. Numerosos ensaios com várias intensidades são usados na determinação do limiar absoluto.

Método dedutivo (aristotélico): é o método que vai do geral para o particular, do todo às partes. Na psicologia clássica, esse era o método adotado. Partindo da hipótese de o homem ter alma, os filósofos procuravam estudar suas manifestações, investigando a vontade, a memória, a linguagem e demais faculdades.

Método de ensaio e erro: modo de aprendizagem em que o aprendiz faz várias tentativas, mais ou menos ao acaso, para atingir um objetivo. Durante essas respostas ao acaso, essa conduta caótica, como a chamava Pavlov, vai havendo a seleção de respostas, as quais serão reforçadas pela recompensa.

Método de observação sistemática: estudo da conduta de pessoas ou animais em seu ambiente. Sinônimo: método de pesquisa.

Método dos questionários: método de investigação que consiste em apresentar ao entrevistando uma série de perguntas com possíveis respostas. A análise das respostas permitirá conhecer traços de personalidade, opiniões e atitudes da pessoa.

Método dos testes: consiste no emprego de provas padronizadas. Os resultados são confrontados com uma escala de pontos e é feita a classificação, ou são descritas as características da pessoa.

Método estatístico: conjunto de técnicas usadas na análise quantitativa de dados e também para facilitar a avaliação de dados. Com o método estatístico é que são descritas distribuições e estimados os erros de medições.

Método experimental: método científico em que são controladas, pelo experimentador, as condições ambientais e o comportamento do sujeito do experimento. Este tipo de procedimento envolve as variáveis independentes (estímulos) e dependentes (respostas). O cientista descreve o experimento e o comportamento do sujeito.

Método extrospectivo: observação do comportamento de um indivíduo feito por um psicólogo. Contrário a método introspectivo.

Método genético: método que consiste em traçar o curso histórico das mudanças, especialmente no desenvolvimento e na evolução.

Método indutivo (baconiano): é aquele em que se investiga das partes para o conjunto. É o método das ciências físicas e biológicas. Sinônimo: analítico.

Método introspectivo: método de auto-análise. O indivíduo se vê como paciente e procura observar como psicólogo. Toda introspeção na realidade é uma retrospecção. Contrário a extrospeção.

Método psicanalítico: método de investigação e tratamento desenvolvido pela escola psicanalítica. No início da psicanálise visava investigar o inconsciente dinâmico e analisar os elementos do inconsciente. Hoje dá-se maior atenção à análise do ego e dos mecanismos de defesa, com uma comunicação maior entre o psicanalista e o paciente. Através de conversas, o clínico leva ao cliente a "dizer tudo que lhe passa pela cabeça" (regra de associação livre). O analista anota as pausas, os gestos, os movimentos, os lapsos de linguagem etc., e age como um "espelho", refletindo apenas o que lhe é mostrado. Normalmente ocorre com o neurótico uma transferência ao psicanalista de atitudes que foram estabelecidas na infância, quando em contato diário com seus pais e demais pessoas. Chama-se a isto neurose de transferência. Outros aspectos desse método terapêutico são a interpretação dos sonhos e dos mecanismos de defesa, e o transfert, que é a atualização emocional, numa situação psicanalítica de um conflito pertencente ao passado infantil, portanto, esquecido e inconsciente. A psicanálise permite atualizar esses conflitos, criando uma situação neutra, até que o paciente se encontre à vontade. Normalmente o neurótico não tem a vontade de se curar e quem mais necessita de cura geralmente são os seus familiares. Várias foram as técnicas que se desenvolveram dentro da psicanálise nos últimos anos, como a de Carl Ranson Rogers.

Método reflexológico: método desenvolvido pela escola pavloviana que consistia inicialmente (obedecendo ao princípio do nervismo) em investigar a fisiologia do cérebro e das glândulas, o que levou Pavlov e seus discípulos à descoberta do processo de condicionamento. Com os experimentos de condicionamento pôde Pavlov elaborar teorias importantes sobre o pensamento e a linguagem, a aprendizagem e a tipologia nervosa, a educação e a psicoterapia, esta reconhecida atualmente como uma das melhores formas de tratamento de neuróticos e psicóticos.

Método socrático: procedimento dialético indutivo que Sócrates usava. Consiste em levar o interlocutor a definições e demonstrações sucessivas até chegar à conclusão desejada pelo mestre. Consiste em fazer a pessoa "parir" idéias.

Metodologia: estudo sistemático dos métodos que devem ser usados na investigação científica, nas artes e na prática educativa.

Microcefalia: estado patológico do crescimento da cabeça, caracterizado pelo tamanho bem menor que o normal e acompanhado de retarde mental. Oposto a macrocefalia.

Misofobia: medo mórbido à sujeira ou ao contágio. A característica mais observável é a mania de lavar as mãos continuamente. Pode ser sintoma de neurose compulsiva.

Mitomania: mania caracterizada pelo exagero no relato de aventuras imaginárias. Em parapsicologia, o estado em que o sujeito em transe hipnótico, sob sugestão, "encarna um personagem, utilizando nessas personificações um acervo de lembranças e sentimentos muito mais amplos que aquele que possui o sujeito na vida consciente ordinária".

Mixedema: enfermidade caracterizada pela diminuição do funcionamento da tireóide, o que provoca o aumento do tecido adiposo, preguiça, baixa força muscular e quase sempre há um retardamento mental. A mixedema geralmente pode ser observada em crianças tidas muitas vezes como "gordas e fortes".

Mixoscopia, voyeurismo: hábito anormal no adulto de somente encontrar prazer com a visão de pessoas em trajes menores ou nuas.

Minnesota Multiphasic Personality Inventory (Inventário Multifásico Minnesota de Personalidade): inventário de personalidade feito por Hathaway e Mc-Kinley (tradução e adaptação brasileira para o CEPA de A. Benkö e Roberto J. P. Simões). É um teste que além do perfil da personalidade, permite uma análise dos seus traços. São 550 itens distribuídos em 26 categorias.

Mnemônico: referente ao ato de memorizar.

Molar, comportamento: refere-se aos movimentos musculares isolados, ou secreções glandulares. É o comportamento segmentado, fragmentado.

Mongolóide: um tipo deficiente mental que apresenta desde os primeiros dias de vida certos traços característicos: orelha levemente achatada em cima, cabeça arredondada, obliqüidade das fendas palpebrais, boca sempre aberta, sulcos na planta do pé e respiração deficiente.

Monogamia: convivência duradoura de dois indivíduos de sexos opostos..

Monografia: tratado completo sobre um tema apenas.

Monodeísmo: estado patológico em que a pessoa volta sempre seu pensamento e suas palavras a um mesmo tema. Veja idéia fixa.

Monomania: sinônimo obsoleto de paranóia.

Moral: ciência normativa que trata da conduta correta. É a filosofia prática.

Mórbido: o que acompanha uma enfermidade ou qualquer estado anormal. Difere de patológico, que é um termo mais amplo.

Mores: os costumes de um grupo, ou povo, que não podem ser violados sem sanções penais, pois são consideradas regras básicas para o bem estar de todos.

Moron: um oligofrênico com Q.I. de 50 a 70. Em português, débil mental.

Motivação: conjunto de fatores que respondem pelo comportamento de um indivíduo. Condições do organismo que o levam a um objetivo.

Motivar: despertar, sustentar ou dirigir a conduta com o emprego de incentivos.

Motivo: qualquer fator desperta, sustenta e/ou dirige o comportamento. Uma inferida condição do organismo, que serve para dirigi-lo a um objetivo. Uma condição do organismo que afeta sua prontidão para principiar ou continuar uma seqüência de comportamento.

Mudez: falta de desenvolvimento da função da linguagem oral.

Mudez histérica: estado em que a pessoa não fala em virtude de sua neurose histérica.

Múltipla personalidade: uma forma extrema de dissociação, na qual a personalidade é dividida em duas ou mais, que se alternam freqüentemente. As lembranças de uma parte comumente não são acessíveis à outra. É a resultante de um mecanismo de defesa.

N
Narcisismo: interesse e amor exagerado pelo próprio corpo.

Narco-análise: método de investigação do psiquismo através da ministração de uma droga euforizante (geralmente o pentotal). No limiar do sono, o paciente começa a exteriorizar lembranças e sentimentos recalcados.

Narcolepsia: crises repentinas de sono que se manifestam de tempo em tempo.

Narcose: estado de estupor produzido por drogas ou tóxicos e que se faz acompanhar de paralisia motora e insensibilidade.

Naturalismo: teoria que enfatiza os fatores herdados no desenvolvimento da personalidade; que atribui à natureza papel mais importante que o da cultura.

Necessidade: um traço motivacional do indivíduo. Um estado de carência ou de excesso que existe em forma de impulsos. As necessidades são exigências para um ajustamento ao ambiente, como a necessidade de alimento, de repouso, de atividade etc. Henry A. Murray considera dois tipos gerais de necessidades: viscerogênicas (que pertencem à própria condição do organismo) e psicogênicas (adquiridas, como a de consideração, de posse, poder etc.).

Necker, cubo de: cubo reversível utilizado em experimentos de percepção de figura e fundo, como por exemplo, sobre a influência da aprendizagem na percepção preferencial da figura ou do fundo.

Necrofilia: atração sexual mórbida por pessoa morta. Segundo alguns psicanalistas, seria uma fixação ocorrida na infância, quando a pessoa via a mãe adormecida.

Negativismo: atitude de resistência a sugestões de outras pessoas, até o ponto de o indivíduo agir em sentido contrário. É um mecanismo de adaptação psicológica que caracteriza a idade dos 2,5 aos 3 anos (crise da oposição, de Henri Wallon, ou fase só não-não, em espanhol). O negativismo retorna no início da puberdade, mas logo é superado pelo próprio adolescente. É uma forma de obter a atenção dos outros, da qual certos neuróticos se valem inconscientemente. Também faz parte do síndroma da esquizofrenia catatônica e da hebefrênica.

Neolalia: linguagem caracterizada pela presença de muitos neologismos, ou seja, de palavras inventadas pela pessoa que as usa.

Neologismo: qualquer nova palavra. A criação de palavras é um estágio característico do desenvolvimento da linguagem na criança (por volta dos 3 anos). É uma característica de alguns psicóticos.

Neurastenia: estado caracterizado pela tendência anormal à fadiga, falta de vigor físico e mental, e geralmente fobias.

Neurologia: ramo da medicina que trata das disfunções nervosas.

Neuropsiquiatria: ramo da medicina que se ocupa da neurologia e da psiquiatria simultaneamente.

Neurose: transtorno psicogênico. Desajuste funcional da personalidade que cria dificuldade para o ajustamento social. As neuroses resultam de impressões psíquicas agudas ou prolongadas (sobretudo na infância), que aumentam a tensão nervosa e produzem ansiedade, preocupações, medos obsessivos (fobias), sentimentos de culpa, reações compulsivas (manias), fadiga extrema etc. O neurótico tem um comportamento que o situa entre o ajustado e o psicótico. Para o psicanalista ortodoxo, a neurose é resultante de conflitos entre o ego e o id. Sinônimos: nevrose (francês), psiconeurose (inglês) e neuropsicose.

Neurose de angústia: neurose caracterizada sobretudo por medo mórbido sem fundamento e crises de aflição.

Neurose de guerra: termo vago, usado para designar reações de medo e de defesa. O termo inglês shell shock foi usado na primeira guerra mundial para tanto designar reações neuróticas como psicóticas resultantes dos efeitos do abalo físico sobre o sistema nervoso.

Neurose de transferência: em psicanálise, a neurose cujos principais sintomas derivam de substituições ou satisfações anormais da libido, como a obsessiva, a ansiedade e as reações conversivas na histeria.

Neurose histérica: caracteriza-se por ataques histéricos, transtornos histéricos da consciência, transtornos somáticos e por particularidades do caráter. O ataque histérico pode durar minutos e será mais prolongado se o indivíduo estiver cercado por pessoas. O sujeito percebe os estímulos como que ligados a impressões passadas e é incapaz de se controlar. O histérico pode revelar uma espécie de infantilismo: tem reações regressivas, que lembram uma criança. A afetividade sofre alterações, há uma emotividade exagerada e a pessoa parece querer a atenção de todos que a cercam.

Neurose neurastênica: neurose caracterizada por debilidade irritativa, excitabilidade e fatigabilidade exagerada. Há transtornos no sono e alterações da atenção, o que dá ao indivíduo a sensação de mal estar desde cedo.

Neurose obsessiva: neurose caracterizada por idéias obsessivas, dúvidas e reações compulsivas.

Neurose psicastênica: neurose característica do tipo pensador, se apresenta em forma de ansiedade intensa, dúvidas, alterações afetivas, insegurança e incapacidade de avaliação das próprias habilidades.

Neurose traumática: neurose desencadeada pelos efeitos de um trauma.

Neurótica, necessidade: segundo Horney, uma necessidade adquirida de alguma coisa ligada ao alívio da ansiedade básica.

Neurótico: indivíduo que apresenta sintomas de uma neurose, principalmente ansiedade.

Normal: o que se aproxima da média. Personalidade normal é aquela caracterizada pela perseguição dos valores desejados e pelo prazer de viver.

Nosofobia: medo mórbido de ficar doente, ou ter qualquer sofrimento. Sinônimo: patofobia.

Notambulismo: termo erroneamente usado como sinônimo de sonambulismo, dado que este estado especial não tem relação com a hora do dia.

O
Objetiva, ciência: uma ciência cujos dados estão expostos à observação de um competente observador, como nas ciências físicas e biológicas. O behaviorismo, procurando eliminar o subjetivismo da psicologia, visava fazer dela uma ciência objetiva. A psicologia, tal como a interpreta o comportamentalismo, é um ramo puramente objetivo e experimental da ciência natural. Seu objetivo teórico é a predição e o controle do comportamento.

Objeto: qualquer parte do meio relacionada com a experiência psicológica. O que pertence ao mundo objetivo. O que se acha numa experiência cognoscitiva.

Observação: análise de fenômenos dentro de um plano de investigações científicas.

Obsessiva-compulsiva, reação: reação neurótica que toma uma destas três formas: 1) pensamentos não desejados que aparecem com persistência e dominam a pessoa (obsessão); 2) irresistível necessidade de repetir atos estereotipados e ritualísticos (compulsões); 3) reação que tem as características de 1 e 2.

Obstáculo: uma barreira do mundo objetivo que impede o indivíduo de alcançar o incentivo e reduzir sua tensão. Objeto ou evento que frustra.

Ocultismo: teoria para a qual o conhecimento do mundo deve ser feito através de meios mágicos e misteriosos, o que se manda um longo aprendizado em ciências ocultas.

Ódio: reação emocional ou sentimental caracterizada pela ira, inimizade, aversão e sobretudo pelo desejo de prejudicar outrém,

Oligofrenia: atraso mental. Desenvolvimento subnormal da inteligência. Oligofrênico é o que teve seu desenvolvimento mental retardado antes dos 18 anos. Em inglês, feebleminded.

Onírico: referente ao sonho. Em grego, óneiros = sonho.

Operante, comportamento: comportamento que decorre de atividade muscular aprendida.

Operante, condicionamento: forma de condicionamento instrumental criada por Skinner. O reforço é dado quando a pessoa, operando, dá a resposta desejada pelo experimentador.

Operatória, teoria: esta teoria de Piaget faz consistir a inteligência e o pensamento numa série de operações, tais como: classificar, seriar, enumerar, medir, situar ou deslocar, no espaço e no tempo, dados concretos, em que estruturas intuitivas se encontram dissociadas, para um estágio superior, retornar esses mesmos dados no plano formal dos sinais e símbolos.

Operatório, pensamento: modo de pensar em estágio superior ao de regulação e que permite à criança chegar à reversibilidade (Piaget).

Opinião: julgamento ou crença envolvendo expectativa ou predição acerca do comportamento ou fatos.

Oral, estágio: fase de desenvolvimento, segundo Freud, em que o prazer é derivado do uso da língua (sucção) e lábios. Fase do primeiro ano de vida.

Orgânica, psicose: uma psicose causada por uma anormal mudança estrutural no cérebro, ou por intoxicação. Difere da funcional.

Organísmica: posição teórica em que as descrições e interpretações do comportamento o são do todo orgânico reagindo à situação total.

Organismo: em psicologia, o termo é usado para designar o indivíduo animal. Distinto de humano, que é condição dependente da cultura.

Orgasmo: complexo sensorial que acompanha a culminância do coito e que se faz seguir de reações viscerais e musculares.

Orientação pedagógica: processo de aconselhamento e ajuda baseado em planos e provas de orientação educacional.

Orientação profissional: processo de ajuda e orientação de uma pessoa para que escolha uma profissão e se habilite a progredir na carreira escolhida.

Ortodoxo: diz-se da pessoa que segue fielmente certa doutrina. Contrário à eclético.

P
Paidofilia: amor exagerado por crianças, com implicâncias patológicas.

Paixão: experiência afetiva forte e incontrolável.

Paleopsicologia: estudo dos traços psíquicos primitivos que persistem desde uma fase evolutiva anterior.

Pampsiquismo: teoria que admite a realidade, em última instância, de natureza psíquica.

Parafasia: estado patológico em que a pessoa inclui palavras trocadas em sua linguagem.

Parafemia: forma de disfonia com alteração mórbida da voz.

Parafrenia: termo que designa delírio crônico. Inclui a paranóia e a esquizofrenia.

Parageusia: distúrbio da percepção gustativa, ou alucinação gustativa.

Paragrafia: estado patológico em que a pessoa inclui em sua linguagem gráfica palavras equivocadas, ou que não tinha intenção de escrever.

Paralalia: transtorno da capacidade de emitir certos sons da linguagem, como a pronúncia de c, z ou s.

Paralexia: estado patológico em que a pessoa lê muito mal.

Paralisia: deficiência ou perda da função motora em virtude de um transtorno nervoso ou motor.
Paralogia: incoerência na expressão de idéias por incapacidade para pensar com lógica.

Paramnésia: deformação da memória pela inclusão de minúcias falsas ou erros de referência temporal.

Paranóia: psicose caracterizada sobretudo por ilusões fixas. É um sistema delirante durável. As ilusões de perseguição e grandeza são mais duradouras e mais sistematizadas que na esquizofrenia paranóide. Os ressentimentos são profundos e o paranóico geralmente procura agredir aqueles que estiveram presentes em seus conflitos. É um tipo perigoso para a sociedade: egocêntrico e destruidor, conhece seus inimigos e julga que sua grandeza depende da eliminação de pessoas que o prejudicam. Há delírios de reivindicação, de interpretação e de imaginação. "Tenho direito a uma posição de salvador e ninguém reconhece isso!". "Julgam-me um louco, sou um gênio!"

Paraplexia: paralisia da parte inferior do corpo.

Parapraxia: em patologia, designa os lapsos da linguagem oral e da escrita. Sinônimo: ato falhado.

Parkinson, enfermidade de: enfermidade caracterizada pelo tremor dos músculos e dificuldade nos movimentos voluntários, com uma posição especial de cabeça e membros. É resultante de distúrbios funcionais dos gânglios basais e aparece geralmente nas pessoas a partir da meia idade.

Passividade: estado de inatividade ante uma estimulação, ou sujeição ao controle de uma força exterior.

Patologia: ramo da biologia e da medicina que estuda doenças, transtornos e demais estados anormais do organismo. Em grego, pathos = doença.

Pecatofobia: medo mórbido de pecar ou de ter cometido crimes (imaginários).

Pensamento: tipo de experiência ideacional simbólica. Processo de organização da experiência. Para o behaviorismo de Watson, movimentos subvocais (reações motoras). Processos que ocorrem entre a apresentação de um estímulo e a emergência de uma resposta observáveis, envolvendo a inter-relação de símbolos e conceitos.

Pensamento abstrato: pensamento caracterizado pela predominância de conceitos.

Pensamento analógico: uso de analogias para formular hipóteses ou obter conclusões.

Pensamento autista: pensamento agradável que propicia a satisfação do próprio pensador, sem que este atente para as suas contradições com a realidade.

Pensamento concreto: pensamento com imagens. Carece de conceitos.

Pensamento criador: tipo de pensamento que se caracteriza pela criação de conclusões novas ou invenções. Consta de quatro estágios: preparação, incubação, iluminação e verificação.

Pensamento discursivo: tipo de pensamento que consiste em elaborar soluções.

Percepção: ato de tomar ciência de objetos, suas qualidades ou relações. Interpretação pessoal de um fenômeno externo. Integração psíquica de dados obtidos através dos órgãos de sentido.

Perfil de personalidade: um gráfico que mostra os escores ou percentis obtidos com a aplicação de uma série de testes ou inventários de personalidade.

Performance: comportamento observável, realização. Atuação de um indivíduo quando está sendo testado ou adquirindo habilidades.

Perseguição, mania de: interpretações falsas das próprias experiências, que leva a imaginações constantes de estar sendo perseguido ou prejudicado por forças ocultas.

Persona: para Jung, a parte da personalidade que é devida à socialização. O conjunto de traços de caráter público de um indivíduo. É o aspecto mais perceptível da personalidade.

Personalidade: conjunto dinâmico de características afetivas, motóricas, volitivas, de conhecimento e físicas de um indivíduo. Sistema dinâmico de traços psicofisiológicos que determinam o pensamento e o comportamento do indivíduo.

Personalidade, inventários: uma coleção de perguntas cujas respostas, uma vez contadas e ponderadas, dão o perfil da personalidade.

Personalidade introvertida: para Jung, personalidade cujas atitudes estão mais voltadas para o mundo subjetivo.

Personificação: atribuição a objetos inanimados, ou forças da natureza, características pessoais ou humanas.

Personologia: termo usado para designar o estudo da personalidade como um ramo especial dentro da psicologia. A personologia focaliza a pessoa em toda a sua complexidade.

Perturbação mental: o termo é usado para assinalar a perda progressiva das capacidades mentais (deteriorização) como ocorre em certos tipos de psicose. Designa um estado mental anormal.

Perversão: atos, não aceitos pelo grupo, que são decorrentes de alterações patológicas nas tendências básicas de uma pessoa, sobretudo as de caráter sexual, como o sadismo, o masoquismo, a necrofilia etc.

Pessimismo: atitude que consiste em ressaltar apenas os aspectos negativos das pessoas, objetos e fatos, acompanhada de desespero em relação ao próprio futuro ou ao da sociedade. Contrário ao otimismo.

Pessoa: o ser humano pelo próprio fato de ser humano, e que deve ser considerado e tratado como entidade superior aos demais seres vivos.

Pirâmides coloridas de Pfister: uma técnica projetiva criada por Max Pfister (1889-1958), que publicou seu primeiro trabalho em 1948. A pessoa se projeta através da escolha de cores na formação de três pirâmides. São 10 cores e 24 tonalidades com 15 quadradinhos em cada pirâmide. Adaptação brasileira de Fernando V. Amaral.

Plasticidade: em psicologia, a maleabilidade que permite mudanças na configuração da personalidade, mormente na infância e na adolescência.

Plateau (platô): numa curva de aprendizagem, um período de nenhum aperfeiçoamento, precedido ou seguido de aperfeiçoamento. Vários são os fatores que determinam esse fenômeno, como por exemplo a saturação, a fadiga, o nível de aspiração, a capacidade intelectual etc.

PMK: o psicodiagnóstico miocinético, de Emilio Mira Y Lopez, é um teste que visa avaliar, diagnosticar a personalidade através do movimento muscular. O paciente senta-se ante uma mesa especial e desenha 10 linhas. As folhas de provas têm os seguintes desenhos: cadeias, escadas, lineogramas, ziguezagues, paralelas centrífugas e centrípetas. Tendo feito seu teste (1940) tomando como pacientes maníacos, paranóides e outros, Mira pôde constatar que também com normais certas tendências podiam ser identificadas, uma vez aplicado o PMK.

Poliandria: casamento entre uma mulher e dois ou mais homens.

Poligamia: casamento de um homem com duas ou mais mulheres, ou de uma mulher com dois ou mais homens. Contrário a monogamia.

Pornografia: literatura voltada à obscenidade, geralmente ocupada com os casos patológicos de desvios sexuais e prostituição. A literatura pornográfica é a antípoda da científica. Origina-se de pornos e grafia, ou seja, do registro das prostitutas na Roma antiga.

Positivismo: doutrina filosófica criada por Augusto Comte (1798-1857), cuja principal característica é o repúdio às especulações metafísicas. O positivismo considerava a psicologia como um ramo da biologia que deveria tratar da atividade cerebral. Comte achava, com certa dose de razão, que a psicologia como se apresentava em sua época era mais uma arte, uma literatura, que uma ciência. Criticou o método introspectivo, sem base objetiva e científica, e o objeto, porque os psicólogos tratavam de casos particulares. Será a partir de Fechner e Wundt que a Psicologia se firmará definitivamente como ciência, ocupada inicialmente com a experiência e depois com o comportamento.

Post-imagem: prolongamento ou renovação de uma experiência sensorial depois que cessou a estimulação exterior.

Postulado: enunciação de um princípio provisório.

Potencial: características que não estão presentes ou ainda não se manifestaram num organismo, mas que poderão se desenvolver posteriormente.

Pragmatismo: doutrina de acordo com a qual todo significado de um conceito se expressa em suas conseqüências práticas.

Prática: repetição de atos na aquisição de um hábito ou habilidade.

Precognição: em parapsicologia, uma pretensa forma de percepção extrasensorial em que o futuro é percebido.

Preconceito: uma noção, ou teoria, estabelecida antes de se ter em mãos dados suficientes.

Pré-consciente: em psicanálise, processos latentes e inconscientes para o indivíduo diferindo dos processos inconscientes por poderem trair a consciência. No sentido dinâmico é que não são inconscientes. Por exemplo: os lapsos de linguagem escrita e oral e os sonhos.

Premissa: uma proposição, isto é, a expressão de um juízo. Na expressão do raciocínio dedutivo, que é o silogismo, temos duas premissas e uma conclusão.

Premonição: em parapsicologia, revelação acerca de um evento futuro e que é atribuída a faculdades supranormais.

Preensil: adequado para apanhar objetos.

Preparação: fase inicial de uma reação complexa num experimento. Fase do pensamento criador em que a pessoa toma contato com o problema e coleta material necessário à solução.

Presságio: fato que se supõe indique que ocorrerá outro evento que não se acha com ele relacionado.

Pressão: em psicologia, choque sobre a pele, que provoca sensações de pressão. Henry A. Murray usa o termo para designar os atributos de uma pessoa, ou objeto, que favorecem ou dificultam os esforços do indivíduo para atingir seus objetivos. A pressão de um objeto é o que ele pode fazer ao sujeito ou para o sujeito - o poder que tem para afetar o bem estar do sujeito. Enquanto necessidade diz respeito a determinantes internos do comportamento, pressão se refere aos externos.

Pressentimento: impressão ou sentimento que se refere a um fato que se supõe irá acontecer.

Primárias, características sexuais: as características estruturais que distinguem os sexos e tornam possível a união e reprodução sexual.

Primárias, habilidades: as habilidades, descobertas pela análise fatorial, que formam a base da performance nos testes de inteligência.

Primário, tipo: tipo de caráter geral com ressentimento de curta duração, instabilidade, vivacidade e impulsividade.

Princípio da realidade: em psicanálise, substituição ou controle dos impulsos do id, que buscam o prazer, por atividades coordenadas segundo as limitações e exigências sociais. Esse processo pertence ao ego (atividades conscientes).

Princípio do prazer: em psicanálise, a busca do prazer e a evitação da dor. É a norma pela qual se rege o id, que encontra no princípio da realidade seu antípoda.

Privação: carência de alguma coisa desejada, como por exemplo: de alimento para quem tem fome.

Problem solving: ajustamento a uma situação pela aquisição de novas respostas. Aprendizagem na qual certa compreensão, ou raciocínio, torna-se necessária.

Processo: conjunto de fenômenos encadeados. Mudança de transformação de atividade em qualquer objeto ou organismo.

Processo primário: em psicanálise, processo que leva à formação de uma imagem mental do objeto que poderá satisfazer a necessidade do sujeito, isto é, reduzir a tensão do organismo.

Processo secundário: em psicanálise, processo através do qual é constituída a entidade do ego, que satisfará a necessidade que gerou o processo primário.

Pródromo: em medicina, sintoma ou sinal preliminar de uma enfermidade. Fato ou significado consciente que não está ligado às idéias que o suscitam e que não surtiu efeitos ainda em conceitos concretamente lembrados.

Profilaxia: medidas sistematizadas de prevenção contra doenças em geral.

Programada, aprendizagem: a apresentação de material a ser aprendido em cuidadosa seqüência, freqüentemente com o auxílio de uma máquina de ensinar. Método de ensino e treino que consiste de tarefas curtas (o aprendiz completa o que falta em cada passada, step, ou aponta uma resposta que julga certa). Em seguida, tem a resposta certa, confere e passa à nova etapa. Entre os princípios em que se baseia esse método instrucional, temos: o das passadas curtas, o da resposta ativa, o do reforço imediato e o do auto-controle.

Projeção: transferência de pensamentos, sentimentos e desejos a outra pessoa ou objeto. O indivíduo atribui qualidades aos outros, mas essas qualidades são suas. Aparece sobretudo quando ele está frustrado. É um mecanismo de defesa.

Projetivas, técnicas: técnicas de estudo da personalidade. Ao analisar uma gravura, por exemplo, o examinando projeta idéias, desejos e sentimentos. O teste de Rorschach é projetivo. Baseia-se no fato de que, quando o indivíduo faz associação livre, ele se projeta.

Propensão: tendência à ação ou conduta determinada pela hereditariedade ou pelo hábito. Normalmente, o termo é usado para designar forças naturais que estão atras dos atos do indivíduo, como por exemplo, a de escolher lugar claro e não escuro. Substitui o termo instinto como foi usado por McDougall, Adler e outros.

Prostituição: relações sexuais promíscuas, em que comumente a mulher recebe alguma forma de pagamento material do parceiro.

Prova: exame de indivíduos de um grupo para poder estabelecer a posição de cada um em relação aos outros no tocante a traços intelectuais, afetivos, habilidades etc.

Pseudocondicionamento: segundo Grether, o fortalecimento de uma resposta a um prévio estímulo neutro através da eliciação repetida da resposta por algum outro estímulo, sem a apresentação conjunta dos dois estímulos.

Pseudodemência: estado de apatia geral semelhante ao da demência, mas sem sinal algum de diminuição da inteligência.

Pseudomemória: recordação falsa de uma experiência que jamais ocorreu. Ilusão de reconhecimento.

Pseudomnésia: estado patológico em que a pessoa crê estar recordando fatos que na realidade não experimentou.

Pseudopressentimento: alucinação rápida da memória em que a pessoa crê que a coisa que a estimula foi prevista em estado de vigília ou em sonho. Associado a pseudomemória.

Psicanálise: doutrina naturalista-associacionista criada por Freud e que enfeixa um método terapêutico, um de investigação e uma teoria da personalidade e da conduta. Ela nasceu com as primeiras investigações de Breuer e Freud, mas como o próprio Freud reconheceu, ela deve muito do seu início a Charcot, mestre em anatomia patológica e, depois, e neuropatologia, na Universidade de Paris. Charcot pretendia tratar histéricos através da hipnose. Freud e Breuer substituíram a hipnose pelo método catártico. Posteriormente, Freud trabalhou sozinho adotando um novo método e uma nova interpretação dos dados conseguidos em sua clínica. Breuer deixou Freud por discordar de sua posição pansexualista. Vários discípulos do mestre de Viena fundaram suas próprias escolas, como Jung e Adler. Na psicologia contemporânea, destacam-se Sullivan, Horney, Murray, Fromm, Carl Rogers e outros.

Psicanalista: o psicólogo clínico que se utiliza da técnica psicanalítica no tratamento de pessoas desajustadas psicologicamente.

Psicastenia: termo usado por Janet para designar um grupo de transtornos obsessivos (neurose), em que há a dissociação entre o sujeito e a realidade, com dúvidas, obsessões e aflições.

Psicobiologia: ramo da biologia que estuda o sistema nervoso, receptores e mecanismos de adaptação de animais. Psicologia estudada com métodos biológicos. Sinônimo: biopsicologia.

Psicodiagnóstico: estudo da personalidade pelo comportamento observável do individuo.

Psicodinâmico: segundo Guilford (1939), estudo das relações estímulos e respostas.

Psicodrama: técnica psicoterápica desenvolvida por Moreno, que faz uso da representação (como num teatro) visando a diagnose e o tratamento. Esse é um dos estágios do psicodrama, em virtude do qual é vulgarmente conhecido.

Psicofarmacologia: estudo dos produtos tóxicos e seus efeitos sobre as funções psíquicas.

Psicofisica: estudo das relações quantitativas entre estímulos e sensações. Medição de sensações.
Psicofisiologia: ramo da psicologia ocupado com as atividades dos órgãos e suas relações com os fatos psíquicos.

Psicogênese: origem e desenvolvimento dos fenômenos e processos psíquicos.

Psicogênica: causada por fatores psicológicos como por exemplo, um conflito emocional. Funcional e não orgânico.

Psicografia: em parapsicologia, a escrita executada pelos músculos do médium. Em psicologia, método de descrição de personalidade através do gráfico.

Psicologia: do grego, psykhe = alma, e logos = discurso. Termo criado por Melanchthon, em 1550, que teve em Rudolph Göckels (1590) o seu principal divulgador. Göckels (Goclênio) o usava para designar o ramo da filosofia ocupado com o estudo da alma. Os primeiros estudos psicológicos foram os trabalhos de Aristóteles e Platão. Mas a história da Psicologia como ciência autônoma começa com Wilhelm Wundt (1832-1920), que em 1879 instalou um laboratório em Leipzig. Para ele, o objeto da psicologia normal era a experiência, o estado consciente, a consciência, que deveria ser estudada através da análise dos seus elementos constituintes. A 'escola' de Wundt teve em Titchener, nos Estados Unidos da América, o seu principal seguidor, e ela foi rotulada de estruturalismo. Dos psicólogos que estudaram com Wundt, há que destacar William James, fundador do funcionalismo, para quem o objeto da psicologia deveria ser as funções psíquicas e o comportamento adaptativo. Com Watson se inicia o movimento behaviorista, visando estabelecer a psicologia como uma ciência objetiva, com o comportamento no lugar da consciência, o reflexo no da sensação e a observação no do método introspectivo. Essa posição já havia sido tomada pelos fisiólogos e psicólogos russos, como Schenov, Pavlov e Bechterev. Movimento contrário ao associacionismo wundtiano também foi iniciado por Freud, para quem o objeto da psicologia devia ser os processos inconscientes. A todas essas escolas veio se juntar a Gestalt, preocupada em estudar a atividade consciente, o comportamento, a personalidade e o desenvolvimento individual como estruturas. A Gestalt ocupou-se principalmente dos processos cognitivos e da atividade mental na aprendizagem. Hoje, os psicólogos buscam unificar os estudos de várias correntes. Os teóricos contemporâneos procuram superar a fase de radicalismos que marcou o início da Psicologia moderna. Muito embora para a maior parte deles o objeto da psicologia seja o comportamento, isto não quer dizer que a experiência e as relações sociais do ser humano e de alguns animais deixe de interessar a boa parte de psicologistas.

Psicologia analítica: investigação sistemática da experiência com o método introspectivo, visando reduzir os fenômenos psíquicos aos seus elementos constituintes. Método usado por Jung.

Psicologia animal: ramo que investiga o psiquismo e o comportamento animal.

Psicologia anormal: estudo dos desvios do comportamento normal e da configuração da personalidade desajustada. Seu objeto são as psicoses, as neuroses, os distúrbios psicossomáticos, o desajustamento social e demais anormalidades. Embora trate dos bem dotados, ela é comumente tomada como psicopatologia.

Psicologia aplicada: ramo da psicologia que se dedica a investigações mais práticas que teóricas, tendo em vista a aplicação que terão os princípios psicológicos em qualquer campo da atividade humana.

Psicologia behaviorista: sistema segundo o qual o objeto da psicologia é o comportamento. Para esta corrente, todos os fenômenos psíquicos podem ser estudados pela análise de segmentos de comportamento. Foi Watson quem lançou as bases desse sistema norte-americano calcado no princípio segundo o qual o comportamento é um conjunto de reações, de reflexos. Teve entre outros seguidores, Guthrie, Hull, Skinner, Dollard, Miller.

Psicologia comparada: engloba todos os estudos acerca das similaridades e diferenças de capacidade e organização comportamental entre os tipos de organismos, desde o vegetal até os primatas, incluindo o ser humano.

Psicologia da aprendizagem: investigação dos fenômenos envolvidos no processo da aprendizagem e utilização dos conhecimentos psicológicos em vista do ensino e do treino.

Psicologia da criança: ramo da psicologia humana que estuda o desenvolvimento do psiquismo e da conduta do ser humano, desde o nascimento até a puberdade.

Psicologia diferencial: ramo que estuda os caracteres como se manifestam em raças, grupos étnicos, grupos sociais e indivíduos de um mesmo grupo e como eles se apresentam diferentemente entre indivíduos, grupos étnicos e sociais em diferentes épocas, ou no mesmo período histórico. Observando diferenças devidas ao sexo, à idade, ao meio social, à cultura etc. Já a psicologia da personalidade se caracteriza pelo maior interesse no estudo dos traços comuns em vista da formulação de uma teoria da personalidade.

Psicologia dinâmica: estudo sistemático do comportamento como produto de fenômenos que têm suas causas e seus efeitos: motivações, conflitos, redução de tensões etc.

Psicologia do adolescente: estudo do desenvolvimento do comportamento e das experiências do ser humano do início da puberdade até a entrada na idade adulta.

Psicologia do pré-nato: estudo do desenvolvimento e do comportamento do ser humano no período da vida intra-uterina.

Psicologia do recém nascido: estudo do desenvolvimento e do comportamento do ser humano do nascimento até ao final do primeiro mês de vida.

Psicologia educacional: ramo da psicologia que pode investigar os fenômenos incluídos no processo educativo, embora seja ocupada mais com a aplicação dos princípios psicológicos, isto é, às sensações, e à integração de estados psíquicos e experiências conscientes.

Psicologia experimental: estudo dos problemas do comportamento através de arranjos científicos. São descritas as condições do arranjo e o comportamento do indivíduo. Oferece dados precisos que fundamentam as leis.

Psicologia filogenética: ramo que estuda a conduta animal e sua evolução, podendo estudar a espécie humana entre as espécies animais.

Psicologia fisiológica: ramo que estuda o sistema nervoso, os receptores e os efetores de um organismo em sua relação com os processos psíquicos e o comportamento.

Psicologia funcional: investigação dos fenômenos psíquicos como processos ressaltando o aspecto biológico das atividades psíquicas e das formas de adaptação ao meio. Há uma certa similaridade entre os métodos de estudo da psicologia funcional e os da dinâmica.

Psicologia genética: estudo do desenvolvimento das funções psíquicas e do comportamento de um indivíduo com o emprego do método genético.

Psicologia geral: ramo que procura estudar os dados verdadeiros acerca do comportamento e das experiências dos indivíduos em geral e dos grupos específicos de indivíduos (animais, crianças , anormais etc.), ocupando-se em determinar o objeto, os métodos e as leis da ciência.

Psicologia individual: ramo que estuda as diferenças entre indivíduos, ocupando-se do estilo da vida de cada sujeito estudado.

Psicologia ontogenética: ramo que investiga e sistematiza os dados da origem e da evolução do ser humano, no tocante aos aspectos psíquicos.

Psicologia personalista: teoria que tem como objeto o estudo do "eu". Todos os fenômenos devem ser estudados pela relação que têm com o "eu". O método é introspectivo (auto-análise). Surgiu com Calkins e tomou grande impulso com Stern.

Psicologia reflexológica: sistema de interpretação dos fenômenos psíquicos, da conduta e da personalidade como produto de atividades reflexas; isto é, estudo do mundo subjetivo como reflexo do mundo objetivo na mente do homem, excluindo, desse modo, os dados decorrentes da auto-análise. Reflexológica porque assenta seus princípios nos reflexos condicionados (o princípio da vida adaptada). Sechenov e Pavlov foram os primeiros estudiosos a interpretarem o comportamento como produto de reflexos.

Psicologia social: estudo científico das atividades do indivíduo influenciado por outros indivíduos. Estuda o comportamento de um indivíduo em relação ao meio social.

Psicologismo: tendência a tratar todos os problemas humanos como problemas psicológicos. Fazer predominar o ponto de vista psicológico.

Psicólogo: é a pessoa que prevê, descreve, interpreta ou controla o comportamento. É o que faz pesquisas sobre conduta e personalidade.

Psicólogo clínico: o psicólogo especializado em tratamento de personalidades desajustadas (neuróticos). O psicólogo clínico é o que faz uso sobretudo de técnicas psicanalíticas e do psicodrama.

Psicometria: o ramo da psicologia que se ocupa do estudo quantitativo das atividades mentais, afetivas e motoras de um organismo. É o ramo ocupado com a medida da inteligência, da memória, da atenção, do tempo, da reação etc.

Psicomotor: diz respeito à reação motora decorrente de um fenômeno psíquico.

Psicopatia: com este termo é designado o conjunto de manifestações anormais do caráter.

Psicopatologia: ramo da psicologia que se ocupa dos fenômenos psíquicos patológicos e da personalidade desajustada.

Psicose: transtorno mental caracterizado por ilusões, alucinações, imaginações, depressões etc. Enfermidade mental caracterizada por profunda mudança ou desorganização da personalidade, freqüentemente acompanhada de depressão, ilusões e alucinações.

Psicose circular: tipo de psicose caracterizada por períodos alternados de exaltação e depressão.

Psicose maníaco depressiva: psicose caracterizada por desequilíbrios mentais (ciclotimia), com períodos de excessiva exaltação ou de profunda depressão. Após o ataque, que pode durar meses, vem um período de estabilidade em que a pessoa parece normal, trabalha e vive bem. Pode se iniciar com a mania ou com a depressão. É mais freqüente no tipo pícnico.

Psicose tóxica: psicose resultante de intoxicação, principalmente devido a alucinógenos.

Psicossexual, desenvolvimento: teoria segundo a qual o desenvolvimento se processa através de estágios (oral, anal, fálico, de latência e genital), cada estágio assinalado por uma zona de prazer, cuja última etapa é a dos interesses heterossexuais. Uma das várias teorias que compões o sistema psicanalítico.

Psicossociais, crises: uma modificação da teoria freudiana do desenvolvimento feita por Erikson, dando ele maior atenção aos problemas ambientais e às relações interpessoais do indivíduo.

Psicossomática: estudo das manifestações somáticas (do corpo) resultantes dos fenômenos psíquicos, das influências das perturbações psicológicas sobre o organismo.

Psicotécnica: ramo da psicologia que se ocupa da aplicação dos conhecimentos e técnicas psicológicas como por exemplo, na seleção profissional numa empresa.

Psicoterapia: conjunto de técnicas de tratamento das perturbações de caráter psicológico, como a psicanálise (Freud), a learning therapy (comportamentalistas), a reflexologia (pavlovianos).

Psicrofobia: medo exagerado do frio.

Psiquê: do grego psykhe = alma, espírito, mente. Em português, psico. Psiquê, na mitologia grega, era a mulher mortal amada por Eros, deus do amor, e que conseguiu, após muitas atribulações, um lugar ao lado do seu deus amado. No século V A.C., a alma de psiquê passou a ser representada como uma mulher de asas ou uma borboleta. Até então a alma era representada por um pássaro.

Psiquiatra: médico especializado no tratamento de doentes mentais (psicóticos). Ele pode também exercer simultaneamente as funções de psicólogo clínico, desde que tenha curso de psicologia clínica.

Psiquiatria: ramo da medicina que se ocupa da saúde mental e das enfermidades mentais.

Puberdade: período da adolescência em que existe o amadurecimento sexual e surgem as características sexuais secundárias (pelos etc.). De 10 1 14 anos, com variações.

Puerilismo: estado de deficiências ou degeneração psíquica em que os processos mentais e o comportamento do adulto parecem retornar ao tipo característico da infância ou da adolescência.
Q
Q.I.: quociente de inteligência. Idade mental dividida pela cronológica.

I.M. (em meses)
____________ x 100

I.C. (em meses)

A I.M. é conseguida com a aplicação de testes; e a I.C. do adulto é sempre de 15 anos, período em que, em média, pára de crescer a inteligência.

Quiromancia: arte de predizer o futuro de uma pessoa pela análise das linhas de sua mão. Geralmente o leitor de mão faz digressões sobre o presente e o passado da pessoa, antes de antecipar o futuro. Para o psicólogo, a quiromancia, como a grafologia e a astrologia, não têm valor científico.

R
Raciocínio: forma de pensar através da qual se procura resolver problemas.

Racional: referente ao processo do raciocínio. O que tem capacidade para raciocinar.

Racionalismo: posição filosófica para a qual o conhecimento procede da razão e não da experiência. Oposto a empirismo.

Racionalização: processo pelo qual a pessoa justifica a si mesma certas idéias, sentimentos, emoções ou atos irracionais. É um mecanismo de defesa do ego para se livrar da ansiedade.

Razão: geralmente o termo é usado para designar a totalidade de processos mentais.

Reação circular: encadeamento de reflexos. Repetição de atividade motora. A estimulação inicial provoca reflexos que por sua vez atuam como estímulos. O termo é usado para designar a repetição de sílabas por uma criança (por exemplo, dá-dá-dá): o som emitido é estímulo para a repetição do mesmo som, sendo este o início da formação de palavras (dadá, por exemplo).

Realismo: concepção filosófica que advoga a independência da realidade.

Reaprendizagem: processo de aprendizagem de movimentos complexos ou de aquisição de conhecimentos que já tinham sido adquiridos, mas que perderam sua eficiência em virtude da suspensão da prática. A reaprendizagem é utilizada como método de verificação do material retido que pode ser reconhecido (método de aferição do material memorizado).

Reativa, formação: mecanismo de defesa do ego pelo qual a pessoa tem formada uma reação oposta àquela que seria correta em relação ao motivo inconsciente.

Recitação, método de: técnica de memorização em que a pessoa ao invés de apenas reler o material aprendido, procura recordá-lo.

Recompensa: o objetivo que reduzindo estímulos de impulso reforça uma resposta. Estímulo motivador positivo que acompanha o sucesso de uma reação complexa.

Recondicionamento: o restabelecimento de uma resposta, que tinha sido diminuída pelo esquecimento ou extinção, através do reforço.

Reconhecimento: uma forma de recordação em que o indivíduo escolhe ou aponta entre outros o padrão de estímulos anteriormente retido.

Reconstrução, método de: método de investigação da memória que consiste em se pedir ao sujeito que reorganize, como aprendeu, uma série de elementos agora expostos desordenadamente.

Recordação: processo de reprodução de idéias, funções ou movimentos já aprendidos.

Recuperação espontânea: o retorno de uma resposta condicionada tempos após sua extinção. A resposta fica existindo de modo latente (traço) e ela pode retornar sem que sejam necessários todos os estímulos da situação que anteriormente estabeleceu o condicionamento dessa resposta.
Redução de necessidade, teoria da: identifica o reforço com a redução de uma necessidade.

Referência, grupo de: um grupo com o qual um indivíduo se compara quando ele faz a auto-avaliação de status.

Reflexo: qualquer reação congênita que decorre de uma estimulação de um receptor.

Reflexo condicionado: resposta adquirida pelo emparelhamento do estímulo ambiental como o incondicional. Uma resposta condicionada é a que aparece ou é modificada como uma conseqüência da ocorrência de um estímulo condicional (condicionado) na proximidade do reforço (estímulo incondicional no condicionamento de primeira ordem). O termo é devido a Pavlov. Bechterev usava reflexo de associação e Beritov, reflexo individual. A primeira observação do reflexo condicionado foi feita por Tolochinov, em 1901, no laboratório de Pavlov.

Reflexo incondicionado: reflexo original, natural, absoluto. O que não depende de condição para existir, como o condicionado.

Reflexologia: um sistema materialista dialético de interpretação dos processos psicofisiológicos de quaisquer níveis organizado por Pavlov e seus discípulos. Pavlov investigou a circulação sangüínea, a digestão, a secreção glandular, a atividade dos segmentos superiores do sistema nervoso central, a regulação neuro-humoral das funções do organismo, a fisiologia do trabalho e tratou de questões de fisiologia comparada, farmacologia, patologia experimental e terapêutica. Em psicologia, sua maior contribuição foi ter descoberto o processo pelo qual se estabelecem as respostas adquiridas, ou seja, ter descoberto como basicamente se estabelecem os traços de personalidade, o pensamento e a linguagem. Nos Estados Unidos da América, coube a Watson difundir alguns dos conhecimentos obtidos pela escola russa. Mas o behaviorismo norte-americano distingue-se da reflexologia por ser um sistema mecanicista e, filosoficamente, positivista, como se pode deduzir pela obra de Skinner.

Reflexo palmar: flexão dos dedos da mão, uma vez estimulada a palma. À medida que a criança se desenvolve, tende a ser cada vez mais débil.

Reflexo plantar: flexão dos dedos do pé ao ser tocada a planta do mesmo.

Reflexão: ato de meditar.

Reforçador, estímulo: no condicionamento clássico, o estímulo incondicional. No condicionamento operante o estímulo que reforça o operante.

Reforço: o processo que aumenta a força do condicionamento pela redução dos estímulos de impulso.

Reforço de intervalo: o reforço intermitente que é apresentado em intervalos fixos de tempo.

Reforço de razão: o reforço que é apresentado em intervalos de tempo padrão, após um número estabelecido de respostas.

Reforço intermitente: no condicionamento clássico ou operante, o procedimento de apresentar o estímulo incondicionado ou reforçador em alguma fração dos ensaios ao invés de apresentá-lo em todos os ensaios.

Reforço negativo: um estímulo que, removido, fortalece a probabilidade de uma resposta operante. Por exemplo: frio, choque elétrico, barulho...

Reforço positivo: o reforço que apresentado favorece o surgimento de uma resposta operante. Exemplo: água, alimento, a fêmea para o macho...O estímulo que fortalece a resposta aprendida.

Reforço primário: o reforço que decorre da apresentação de um estímulo incondicional, como o alimento, a água etc, após a apresentação do estímulo condicional (condicionamento clássico) ou após a resposta condicionada (condicionamento operante).

Reforço secundário: o reforço que decorre da apresentação de um estímulo, outrora neutro, que foi associado ao estímulo incondicional reforçador. O estímulo condicional (neutro) adquire propriedade reforçadora, como o elogio, o dinheiro...

Regressão: reações ante uma situação frustradora que demonstram um retorno aos primeiros estágios do desenvolvimento.

Relação: interdependência entre dois ou mais dados.

Reminiscência: melhora na performance sem prática. Difere da recuperação espontânea somente porque esta ocorre mais tarde seguindo a extinção. Melhora na memorização de material aprendido incompletamente após um intervalo de tempo.

Repressão: mecanismo do ego que não permite que as lembranças, idéias, sentimentos e desejos desagradáveis do inconsciente cheguem até à consciência, permanecendo no subconsciente.

Repressão da libido: em psicanálise, mecanismo de evitação da entrada na consciência do elemento psicossexual do indivíduo.

Repressão social: forma de eliminação de um elemento ou grupo de indivíduos da vida social. Essa eliminação pode ir de um simples afastamento temporário até a condenação à morte.

Repulsão: atitude caracterizada pelo desgosto e evitação.

Resistência: em psicanálise, o esforço do paciente para evitar que qualquer material inconsciente traia a consciência. Em psicologia, reação de um organismo à estimulação em que a direção dos movimentos é oposta à direção da força aplicada.

Respondente, comportamento: segundo Skinner, forma de resposta que é eliciada (não emitida) por um estímulo e que pode ser distinguida de um operante. A reação salivar do cão no experimento pavloviano era do tipo respondente.

Respondente, condicionamento: o condicionamento em que as respostas condicionadas são eliciadas e não emitidas, isto é, são respostas autônomas (sistema nervoso autônomo).

Ressonância: todos os efeitos produzidos por uma representação, isto é, ecos de experiências.

Resposta: contração muscular ou secreção glandular resultante de uma estimulação.

Retarde mental: desenvolvimento mental abaixo daquele estabelecido para a idade numa dada cultura. O retardamento mental, no mais das vezes é devido a causas genéticas hereditárias e congênitas.

Retenção: em aprendizagem, a medida da aprendizagem em termos da quantidade do material recordado. O aspecto inicial do processo de memorização.

Retenção, curva de: uma curva como alguma medida de memorização. Ela tende a cair rapidamente após a aprendizagem e depois mais vagarosamente até o final.

Retrogressão: termo que Lewin usa em lugar de regressão, sendo este mecanismo para ele, o aparecimento de reações primitivas da espécie.

Rigidez hipnótica: estado de rigidez que pode se apresentar na pessoa hipnotizada em virtude de sugestão do hipnotizador.

Riso: reação emotiva agradável que consiste de movimentação convulsiva do diafragma, expulsão ruidosa do ar pulmonar, abertura da boca e contração de alguns músculos. A reação facial chama-se sorriso.

Rorschach, teste de: uma técnica projetiva constituída de 10 pranchas, sendo 5 em branco e preto e 5 coloridas. O paciente deve dizer o que supõe serem os borrões de tinta. Pelo menos uma resposta para cada prancha deve ser dada. Posteriormente, é feita a análise das respostas e elaborado um perfil da personalidade do paciente.

S
Sadismo: desvio sexual. Busca de prazer através do sofrimento imposto à pessoa que faz companhia. Veja masoquismo.

Sangüíneo: tipo de temperamento ativo, com tom afetivo agradável. Tipo de caráter emotivo, ativo e primário. Mais equilibrado que o colérico.

Saturação: o termo tem sido usado para designar o estado de indiferença e fastio ante a repetição continuada dos mesmos estímulos.

Saúde mental: condição mental normal do ser humano.

Secundárias, características sexuais: os traços físicos que distinguem o macho da fêmea, excluindo os órgãos reprodutivos. Por exemplo, a voz grossa do homem e a dilatação da bacia na mulher. Caracteres primários e secundários foram termos propostos por Darwin.

Segunda ordem, condicionamento de: condicionamento em que o estímulo reforçador não é um estímulo incondicional. Pavlov fazia um cão aprender a salivar ao som de um metrônomo (condicionamento de primeira ordem). Depois, ele apresentava um cartão preto junto ao som do metrônomo. No décimo ensaio, o cartão fazia o cachorro salivar. O cão salivava a um estímulo (cartão) que nunca tinha sido emparelhado ao estímulo incondicional (pó de carne), ou recebido um reforço (o mesmo estímulo incondicional). Este procedimento Pavlov denominou condicionamento de ordem superior, ou de segunda ordem. Hoje chamamos a este fato de reforço secundário. O som do metrônomo é reforço para a resposta condicional ao cartão. O estímulo condicionado não somente produz uma resposta condicionada como adquire a propriedade para agir como um agente reforçador, no caso, o som do metrônomo fortalecia a resposta ao cartão preto, desde que apresentado de tempo em tempo.

Seleção profissional: processo de seleção e classificação de candidatos a emprego (ou de empregados) que consiste na aplicação de testes, entrevistas, prática sob observação e outras avaliações eliminar os menos aptos.

Seletividade: a perceptual resposta às partes dos estímulos que são sentidos e a ignorância de outros.

Self (eu): a personalidade do sujeito como ela é percebida por ele mesmo. Difere do ego da psicologia analítica.

Senil, demência: mórbida deterioração mental e emocional com curso irreversível.

Senilidade: queda no rendimento intelectual devido à idade.

Sensação: tomada elementar de consciência de um fenômeno. As sensações são o reflexo de qualidades separadas dos objetos e fenômenos do mundo que atuam diretamente sobre os órgãos de sentido.

Sensoriomotor: refere-se à atividade nervosa em que estão envolvidos os segmentos aferente e eferente do arco-reflexo, ou refere-se à estrutura incluída nessa atividade.

Sensualismo: teoria para a qual as sensações são os elementos últimos da análise psicológica do nosso conhecimento.

Sentimento: estado afetivo brando, suave, de prazer ou desprazer em relação a um objeto, idéia, fato ou outro ser vivo. Difere da emoção pelas características sociais de que se reveste.

Sentimento de inferioridade: sentimento de incapacidade, que é comum a todas as crianças, e que permanece em muitas pessoas devido a ocorrência de contínuos fracassos. Esse sentimento, no adulto, faz-se acompanhar de submissão.

Sentimento de responsabilidade: sentimento do adulto normal que o faz comportar-se segundo as normas sociais.

Set, learning: aprendizagem de conjunto. Um tipo de transferência de aprendizagem, que revela estar o aprendiz desenvolvendo uma capacidade para aprender a aprender.

Sexo: distinção fundamental entre os organismos de uma espécie determinada que os divide em machos e fêmeas, os primeiros produzindo espermatozóides e os segundos, óvulos.

Silogismo: a expressão do raciocínio dedutivo. É um argumento pelo qual se chega a um raciocínio correto. Compõe-se de três proposições e três termos.

Simbolismo: em psicanálise, expressão de pensamento inconsciente que é modificado para atingir a consciência, como nos sonhos. Muitos desejos, idéias e sentimentos podem ser exteriorizados, tornados conscientes, através de símbolos. Uma cuspidela pode significar desdém. Dizia Freud: quem não usa a língua, tamborila.

Sinal, aprendizagem de: termo designativo do sistema explicativo da aprendizagem de Edward C. Tolman (1886-1959). Para ele, quem aprende está aprendendo não movimentos, mas sinais significativos; ele está seguindo sinais de um objetivo. Tolman fez muitos experimentos visando provar o intencionalismo e a aprendizagem de significados; esses experimentos são expectativa de recompensa (expectância), aprendizagem de lugar e aprendizagem latente. Descobriu que o animal aprendia a esperar um alimento e não outro, e nesse estado ele retinha o significado dos estímulos (expectativa de recompensa); que todo comportamento tinha um propósito, e que quando, por exemplo, um rato andava por um labirinto, ele fazia um mapa, que o guiaria depois (aprendizagem de lugar); e que um indivíduo podia aprender sem ter recompensa, o que podia ser verificado em ratos que, depois de terem corrido por labirinto e não terem recebido alimento, tinham melhor performance em experimentos com recompensa do que outros ratos que não haviam tido essa experiência prévia (aprendizagem latente).

Sincretismo: tipo de pensamento característico das crianças e que difere da do adulto porque carece de conceitos de tempo, espaço ou causa como o concebem os adultos (Piaget). A criança tem dificuldade em dividir mentalmente alguma coisa; a apreensão é global e a análise e a síntese ela as realiza mais em forma de ações. Claparède o usou para designar uma característica do desenvolvimento mental infantil. O termo foi traduzido do grego por Renan e significava a união de partidos políticos na ilha de Creta.

Síndroma: uma combinação de sintomas de uma doença.

Síntese: ato de unir dois ou mais elementos para formar uma unidade complexa. Sinônimo de dedução. Oposto à análise.

Sintoma: em patologia, qualquer alteração estrutural ou funcional indicativa de enfermidade ou transtorno. Em psicologia, qualquer fenômeno que indique a existência de outro, ou de um processo, como no desenvolvimento.

Sistema: conjunto de dados relacionados sobretudo pela interdependência.

Sitofobia: medo mórbido de alimentos ou de se alimentar.

Situação: estímulos físicos e sociais englobados em dado momento e que excitam o organismo a agir.

Sizotimia: qualidade de um traço de personalidade normal: frieza, secura, retraimento.

Sobrevivência, motivo de: um motivo relacionado com a manutenção da vida do organismo no seu ambiente, como as necessidades de água, alimento, ar etc.

Sobrevivência do mais apto: expressão usada por Spencer para designar o fato de que os organismos melhor adaptados tendem a se manter vivos por mais tempo, reproduzindo-se mais vezes.

Sociabilidade: característica de certas espécies animais, em que os indivíduos vivem em regime de cooperação em várias atividades.

Socialização: processo através do qual os indivíduos adquirem hábitos sociais e se capacitam a viver em sociedade.

Sociometria: o método de captar e mapear as relações de atração e repulsão entre os membros de um grupo social. O mapa é feito na base das preferências de cada membro. Surgiu com Moreno.

Sodomia: o termo foi usado para designar a prática sexual entre homens em que o prazer de um é encontrado na estimulação do anus (homossexualismo). Hoje é empregado para assinalar relações sexuais do ser humano com animais. Sodomita é o que tem a mania de copular com animais. O termo vem de Sodoma (Antigo Testamento). Que, com Gomorra, foi destruída por Deus em virtude da depravação e luxúria que as caracterizavam. Sinônimo: bestialidade. Relacionado com zoofilia.

Solipsismo: visão idealista extremada do mundo.

Somático: referente ao corpo ou células do corpo.

Sonambulismo: realização de atos desejados inconscientemente estando o indivíduo em sono profundo. Difere do sono, porque a pessoa se locomove.

Sonho: sucessão de imagens mais ou menos coerentes que aparecem quando a pessoa dorme.

Sono: estado especial do organismo, caracterizado pela relativa imobilidade, carência de reações a estímulos externos e falta de consciência.

Sonoterapia: tratamento do sistema nervoso através do sono artificial.

Stress: uma forte de desprazerosa tensão emocional.

Subconsciente: o que está abaixo do nível da consciência. Região hipotética da mente que serve como um repertório de experiências reprimidas, as quais tentam atingir a consciência. As experiências que estão preparadas para virem à consciência são citadas em estado pré-consciente.

Sublimação: mecanismo do ego pelo qual inconscientemente a pessoa desvia os impulsos sexuais para atividades socialmente mais aceitáveis.

Subliminar: abaixo do limiar. São estímulos que não provocam reação consciente, mas que produzem algum efeito na atividade psíquica, mormente depois que deixa de existir a percepção. Geralmente são estímulos que formam o fundo ou nele se encontram num conjunto percebido.

Submissão: condição de inferioridade de uma pessoa em relação a outrem, que estabelece os meios e os objetivos de sua conduta.

Subnormal: o que se desvia do normal, colocando-se em posição de inferioridade.

Sugestão: ato de induzir uma pessoa a aceitar idéias, ordens, sentimentos etc. O estímulo que é mais diretamente responsável pelo comportamento.

Sugestão post-hipnótica: sugestão exercida quando o paciente se encontra em transe hipnótico para que depois de desperto aja segundo a ordem dada.

Suicídio: efeito ou ato de suicidar-se, dar morte a si mesmo. Não se tem ainda explicações convincentes acerca dos motivos que levam uma pessoa a por fim à sua existência. Alguns psicólogos admitem uma predisposição hereditária para a depressão e a melancolia, que não raro levam ao suicídio; mas muitos indivíduos otimistas e alegres também se matam. A maior parte dos psicologistas admitem certas frustrações infantis na vida familiar, a falta de comunicação, principalmente na adolescência, e um stress contínuo são as causas de boa parte dos suicídios. Porém, não sabem ainda ao certo como se estruturam os pensamentos e os sentimentos da pessoa que planeja sua destruição física. Ela mesma seria incapaz de ir além de explicações superficiais, que são mais pretextos que motivos: fracasso na escola, desilusão no amor, briga com os pais, perda de dinheiro...Enquanto nos países subdesenvolvidos a morte está no mais das vezes associada à fome e às moléstias, nos de maior renda per capita ela está relacionada com as doenças nervosas, com o crime e o suicídio. Nos centros industriais não são os fatores que mudam gerando diferentes tipos de desajustamentos, mas sim são as diferenças individuais que nos levam a pensar em causas diferentes para suicídio e delinqüência.

Superego: é uma modificação do ego por interiorização das forças repressivas que o indivíduo encontrou no decurso do seu desenvolvimento. Todas as atitudes de controle moral do ego, que foram introjetadas na infância, sobretudo pela atuação dos pais. Como dizia Freud, tal qual o id, o superego pode fazer do ego um escravo. Nas reações obsessivas e compulsivas e nos estados de melancolia, podemos perceber como se manifesta essa 'escravização' do ego.

Super-normal: que se encontra acima do normal quanto a, por exemplo, aptidões e habilidades.

Superstição: crença ou prática em que fica evidente a atribuição de certos eventos a forças ocultas, quando cientificamente podem ser eles explicados por causas naturais ou sociais.

Supressão: tendência da pessoa a eliminar da consciência lembranças, pensamentos, desejos desagradáveis. É uma inibição consciente, enquanto a repressão é um processo inconsciente.

T
Tabu: proibição determinada pela sociedade em virtude dos seus costumes morais e maneiras de ser. Aquilo sobre o que não se deve falar, ou no que não se pode tocar.

Tabula rasa: tábua não trabalhada. Esta expressão foi usada pelos escritores dos séculos XVII e XVIII para expressar a idéia de que o recém nascido não possuía impressão alguma. Locke (1690) comparou a mente do recém nascido com uma folha de papel em branco.

Talâmica, teoria: teoria da origem das emoções formulada por Cannon. As emoções resultam da interação do cérebro intermediário (regiões do tálamo) com o córtex cerebral. Impulsos como os de raiva são oriundos das regiões subcorticais. Ao mesmo tempo que o hipotálamo ordena impulsos motores para os músculos e glândulas, descarrega impulsos nervosos no córtex cerebral. As alterações viscerais e a tomada de consciência são fenômenos interdependentes.

Tanatofobia: medo mórbido à morte.

Tanatomia: mania de suicídio ou homicídio.

Tautologia: repetição da mesma palavra, ou de um sinônimo, na mesma frase. Vício de linguagem que consiste em repetir as mesmas frases com outras palavras.

Técnica: conjunto de meios de trabalho ou de investigações. Pode compreender métodos e instrumentos.

Tédio: normalmente o termo é usado para designar aborrecimento e desgosto.

Teleologia: doutrina para a qual certos fenômenos ocorrem em vista de fins determinados, isto é, que a meta desempenha certo papel na determinação e direção do curso dos eventos.

Telepatia: transferência de pensamento de uma para outra pessoa, sem o uso de objetos como canais, e sem qualquer tipo de sinalização. A percepção extra-sensorial de uma pessoa depende da transferência de pensamento de outra.

Teleplasma: em parapsicologia, emanação do corpo do médium, que passa pelo estado vaporoso e pode alcançar o estado de uma pessoa em atividade (materialização).

Tema: assunto exposto à discussão. Na terminologia de H. A. Murray, tema inclui a situação estimuladora (pressão) e a necessidade que está em operação. É uma unidade molar e interativa do comportamento.

Temor: atitude emotiva desagradável acompanhada da idéia de que algo de ruim poderá ocorrer.

Temperamento: traços de natureza emocional de uma pessoa.

Tempo de reação: intervalo entre a apresentação de um estímulo e o início de uma resposta medida.

Tendência: característica de um organismo para se comportar em determinadas direções.

Tensão: presença de forças que produzem a ruptura do equilíbrio entre as excitações (Gestalt), e que levam o organismo à mudança de conduta visando restabelecer o equilíbrio.

Tentativa: hipótese, ensaio, prova ou outros procedimentos considerados em seu caráter de preliminares.

Teoria de campo psicológico: uma derivação da Gestalt, que enfatiza as propriedades do campo psicológico, e que é devida a Kurt Lewin.

Teoria do traço: teoria de Pavlov segundo a qual uma resposta condicionada não desaparece totalmente com a extinção. Ela fica existindo de modo latente. Pavlov a chamava de traço.

Teoria do traço de personalidade: teoria para a qual a personalidade é melhor estudada pela avaliação das suas dimensões ou traços.

Terapia centrada no cliente (terapia não diretiva, de Carl Rogers): as técnicas diretivas envolvem explanação da vida do paciente e elas são muito proveitosas em certas situações. Mas os psicoterapeutas têm observado que nem todos se acham realmente capazes de fazer mudanças fundamentais em seus ajustamentos, porque não podem mudar certas coisas em seu ambiente. Para a psicoterapia, seria proveitoso se o paciente aprendesse a resolver ele próprio os seus problemas. Rogers, por exemplo, estabelece situações permissivas nas quais o paciente tem liberdade de expressar suas atitudes. Ele não resolve problema algum do paciente, mas providencia uma oportunidade para que ele desenvolva seus próprios métodos de ajustamento. O indivíduo, não o problema, é o foco; a atenção maior é dada aos sentimentos e não ao aspecto intelectual; o presente merece maior atenção que o passado; e o desenvolvimento emocional toma lugar na relação terapêutica.

Terapia ocupacional: psicoterapia em que o paciente executa uma série de tarefas, mormente trabalhos manuais. O objetivo do tratamento é libertar a pessoa do ambiente em que vive, reativando e reequilibrando suas atividades. É uma técnica correlata a um tratamento de maior profundidade.

Termalgia: dor causada pelo calor.

Teste: prova estandardizada de realização de uma pessoa numa tarefa ou conjunto de tarefas.

Teste de apercepção temática: técnica projetiva de Murray e Morgan que consta de uma série de figuras (20) que o paciente deve observar para depois dar uma interpretação sobre cada uma.

Teste de aptidões: testes que visam avaliar características sintomáticas de habilidades com as quais uma pessoa pode adquirir, com treinamento, conhecimento e destreza, habilidades como a de compor música, tocar piano, fazer maquetes, projetar edifícios, escrever artigos etc. Exemplo de teste de aptidões é o D.A.T. (Differential Aptitude Tests), composto de testes de raciocínio verbal, habilidade numérica, raciocínio abstrato, raciocínio mecânico, relações espaciais, rapidez e exatidão, e uso da linguagem.

Testes de inteligência: testes que visam avaliar a capacidade de resolver problemas novos com eficiência e originalidade. Alguns testes são verbais, como o Barcelona, de Thurstone e Mira Y López, outros são não-verbais, como os dos dominós, de Pichot, e outros ainda são verbais e de execução (não-verbais), como o WISC (Wechsler infantil), o C.I.A., (adaptação do Wechsler para adultos) e a Revisão Stanford-Binet, de Therman e Merrill).

Testes de interesses: testes que visam avaliar as preferências por carreiras profissionais, como o de Geist, o de Thurstone e Angelini, e o de Angelini.

Testes de personalidade: testes que visam avaliar a personalidade, como as técnicas projetivas, os inventários e o PMK.

Thurstone, escala de: uma técnica de avaliação de atitudes. Uma quantidade de perguntas sobre um assunto são feitas ao indivíduo. As declarações colocam-se em dois extremos. O valor de cada declaração na escala é determinado pela posição média assumida pelos julgadores, eliminando-se as declarações colocadas em muitas categorias diferentes.

Tipo: conjunto de indivíduos com caracteres semelhantes, como o físico, o temperamento, a forma de pensar etc. O que permite que sejam agrupados numa classe para os distinguir de indivíduos de outras classes.

Tipologia: estudo de tipos humanos, visando sua classificação. Tipo endomorfo, extrovertido, cerebrotônico etc.

Tipos de sistema nervoso: segundo Pavlov, fleumático (tipo forte, equilibrado, inerte, calmo, lento), sangüíneo (forte, equilibrado, lábil, vivo), colérico (forte, excitável, desequilibrado) e melancólico (fraco, desequilibrado, inibido, inconstante e inerte).

Tireóide: glândula endócrina cujo hormônio tiroxina é importante no metabolismo.

Tiroxina: a secreção da tireóide, importante no metabolismo. Uma acentuada deficiência de tiroxina no início da vida produz o cretinismo.

Traço de personalidade: característica persistente ou dimensão da personalidade. Um conjunto organizado de hábitos formando uma estrutura.

Tranqüilizante: qualquer droga usada para baixar a tensão emocional. Diminui a ansiedade. Os tranqüilizantes são usados na terapia de desordens mentais.

Transferência de aprendizagem: influência do progresso, da melhora do exercício de um órgão ou capacidade sobre outro órgão ou capacidade não exercitada anteriormente. Quando uma aprendizagem anterior favorece uma nova aprendizagem, dizemos que houve transferência positiva; quando uma aprendizagem prejudica outra posterior, dizemos que houve transferência negativa.

Transposição: transferência da aprendizagem em virtude da compreensão das relações entre os elementos componentes das situações (Gestalt).

Trauma: choque nervoso que tem efeitos nefastos e duradouros sobre a personalidade, não raro, principalmente na infância, mudando o curso normal de seu desenvolvimento.

Treinamento: aprendizagem orientada por alguma outra pessoa. Exercício contínuo para a manutenção da potencialidade da resposta adquirida.

Tropismo: tendência de um organismo a reagir (aproximando-se ou se afastando) a um estímulo ambiental. Em grego, tropein = voltar-se para.

U
Universalidade: as características herdadas ou adquiridas pertencentes a todos os membros da espécie.

Utilitarismo: teoria econômica que considera a utilidade prática de qualquer plano ou objeto como critério de julgamento de valor.

V
Valência: termo usado por Lewin para designar a propriedade de atração ou repulsão de uma região do meio psicológico.

Validade: grau de relação entre rendimento do sujeito num teste e noutra atividade que se supõe o teste possa prever. O coeficiente de validade é o de correlação entre elas.

Valor: um objetivo adquirido, aprendido.

Vampirismo: o mesmo que necrofilia.

Variabilidade: a distribuição de escores (contagens) numa distribuição de freqüência.

Variável: uma condição que é controlada ou medida num experimento. A variável pode ser independente (um teste, por exemplo), dependente (como o comportamento verbal), ou interveniente (a fadiga, por exemplo).

Vetor: termo usado por Lewin para designar as propriedades conceptuais de força que são: direção, energia e ponto de aplicação.

Vicarious trial and error (VTE): ensaio e erro no qual o organismo substitui respostas parciais por respostas reforçadas completas.

Vício: hábito que está em desacordo com as normas éticas e sociais e que se crê seja prejudicial à pessoa que o possui.

Viscerogênicas: termo usado por Murray para designar as necessidades relacionadas com as vísceras, isto é, as naturais, como a de alimento, repouso, atividade etc.

Viscerotônico: tipo de temperamento do endomorfo, segundo Sheldon. É extrovertido, prático e sociável.

Vitalismo: posição que admite uma força vital nos organismos, a qual é responsável pelos fenômenos psicofisiológicos.

Vivência: experiência real, direta. O que é vivido.

Vocação: tendência do indivíduo para exercer certo tipo de atividade, principalmente profissional.

Vocacional, aptidão: aptidão para aprender uma certa vocação.

Volição: ato de levar adiante um planejamento e uma ação.

Volitivo: relativo à vontade.

Voluntário: o ato decorrente da vontade. O ato voluntário é produto da reflexão, em outras palavras, do controle do córtex cerebral sobre os centros das emoções e necessidades no diencéfalo.

Voluntarismo: corrente psicológica que considera a vontade como o elemento básico do comportamento do ser humano.

Vontade: termo usado para designar o ato caracterizado pelo planejamento, deliberação, decisão e execução. Funções relacionadas com a atividade consciente.

X
Xenofobia: aversão por pessoas e coisas estrangeiras. Não é de origem patológica.

Xerofilia: atração por lugares secos, zonas desérticas.

Z
Zazzo, teste de: teste projetivo de R. Zazzo que consiste num questionário oral. A criança deve identificar-se com um animal, dizer alguma coisa sobre as fases de sua vida e sobre o status dos dois sexos, segundo sua imaginação.

Zelotismo: zelo excessivo ou ciúme exagerado. Fanatismo.

Zonas erógenas: regiões sensitivas que estimuladas provocam sensações e reações sexuais.

Zoofilia: amor anormal por animais.

Zoofobia: medo mórbido de animais.

Zoolatria: culto prestado a animais por povos atrasados.

Zoopatia: tipo de delírio em que o sujeito crê ter um animal dentro do seu corpo.

Zoopsia: alucinação visual, freqüente no onirismo alcoólico, em que a pessoa vê animais.

Fonte:
Enciclopédia de Psicologia Contemporânea, 5.º volume, 1977
Livraria Editora Iracema Ltda, SP.